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Momento Mariano, sexta-feira da 30ª semana do Tempo Comum, Memória de São Martinho de Lima.

Ofício das Leituras da homilia na canonização de São Martinho de Lima, do papa João XXIII

Martinho da caridade

Martinho, pelo exemplo de sua vida, prova-nos que podemos alcançar a salvação e a santidade pelo caminho que Cristo Jesus mostrou: quer dizer, em primeiro lugar, o amor a Deus de todo o nosso coração, de toda a nossa alma e com todo o nosso espírito; e em segundo lugar, o amor ao próximo como a nós mesmos (Mt 22,37-39).

Convicto de que Cristo Jesus morreu por nós e tomou sobre si nossos pecados em seu corpo no lenho (cf. 1Pd 2,24), concebeu extremado amor pelo Crucificado. Ao contemplar seus atrozes sofrimentos, não podia impedir-se de chorar copiosamente. Amava igualmente com singular caridade o augusto sacramento da Eucaristia. Com freqüência passava horas oculto em adoração diante do tabernáculo e desejava recebê-lo sempre que se lhe oferecia a oportunidade.

Por fim, São Martinho, obediente ao máximo à exortação do divino Mestre, alimentava a maior caridade para com os irmãos, brotada da fé inquebrantável e da humildade de coração. Amava também os homens aos quais sinceramente estimava como filhos de Deus e seus irmãos. Ou melhor, amava-os mais do que a si mesmo, uma vez que, em sua humildade, a todos julgava mais justos e melhores do que ele.

Desculpava os defeitos alheios. Perdoava até mesmo as mais duras injúrias, persuadido como estava de ser digno de muito maior castigo por seus pecados. Com a maior diligência tentava levar os desviados ao bom caminho; benigno, assistia os doentes; dava aos indigentes alimento, roupa, medicamentos; auxiliava com toda a ajuda e solicitude a seu alcance os lavradores, bem como os negros e mestiços, que naquele tempo eram desprezados como escravos, de tal forma que começou a ser chamado pelo povo de “Martinho da caridade”.

Este santo homem, que, por palavras, exemplo e virtude, atraiu tantos para a religião, também hoje tem poder de elevar maravilhosamente nossos espíritos às realidades celestes. Nem todos, infelizmente, entendem, como seria de desejar, estes bens superiores, nem todos os respeitam; bem, ao contrário, muitos, propensos aos prazeres do vício, desdenham ou aborrecem-nos, ou mesmo desprezam-nos totalmente. Queira o exemplo de Martinho a muitos ensinar com segurança como é bom e suave seguir as pegadas de Jesus Cristo e obedecer a seus divinos mandamentos.

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