AS BEM-AVENTURANÇAS - Um estilo de ser, viver e pensar - Introdução - “Vendo a multidão, Jesus subiu ao monte e sentou-se rodeado pelos seus discípulos. E, tomando a palavra, ensinava-os dizendo: Bem-aventurados...” (Mateus 5, 1-2). Passados mais de dois mil anos, continuamos a fazer destas palavras um ato de fé́ porque continuamos a acreditar n’Aquele que as proclamou; as Bem-aventuranças são a síntese da sua pregação, autêntico caminho para a humanidade, a força que faz do homem e da mulher seres humanos; são o caminho do amor sem limites. Originais, profundas, ousadas, valiosas e também inquietantes e exigentes, as bem-aventuranças resumem intensamente a nova lei; a sua vigência é tão absoluta como o próprio Evangelho e oferecem a todos nós o único projeto digno de se viver em verdade e em plenitude. As bem-aventuranças são a essência da mensagem messiânica, o cume de toda uma vida, o sinal do cristão e alternativa de vida para cada homem e cada mulher. “Quantas gerações antes da nossa já se comoveram com o Sermão da Montanha! Os primeiros a ouvi-lo levaram gravada nos seus corações a recordação de outro monte: o Monte Sinai... Estas duas montanhas, o Sinai e o Monte das Bem-aventuranças, servem para todos nós de guia, como se de um mapa se tratasse, da vida cristã e como uma súmula dos nossos deveres para com Deus e com o próximo.
A mensagem de Jesus é nova, mas não anula a já existente, antes desenvolve ao máximo as suas potencialidades. Jesus ensina que o caminho do amor conduz a Lei à sua plenitude (cf. Gálatas 5, 14). Ele ensinou esta verdade importantíssima neste monte na Galiléia. “Bem-aventurados!”, diz Ele, “os pobres de espírito, os mansos e misericordiosos, os que choram, os que têm fome e sede de justiça, os pacíficos, os perseguidos! Bem-aventurados!”. Mas estas palavras de Jesus podem parecer estranhas. Parece estranho que Jesus exalte os que o mundo considera fracos. Ele diz-lhes, “Bem-aventurados vós que pareceis que haveis perdido, porque vós sois os verdadeiros vencedores: o Reino dos Céus é vosso!”. Estas palavras ditas por Ele, Que é “manso e humilde de coração” (Mateus Capítulo 11 versículo 29), constituem um desafio que exige uma profunda e constante “metamorfose” do espírito, uma conversão do coração. Disse Jesus: Tomai sobre vós o meu jugo e sede discípulos meus, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vós. Vós compreendereis porque é necessária esta conversão do coração! Porque tendes consciência de uma outra voz que fala dentro de vós, uma voz contraditória. É uma voz do Maligno que diz: “Bem-aventurados os soberbos e os violentos, os que prosperam a qualquer preço, os que não têm escrúpulos, os duros de coração, os perdidos, os que instigam à guerra e não à paz, os que atropelam aqueles que atravessam no seu caminho. E esta voz parece ter sentido num mundo em que triunfam com frequência os violentos e em que dá a impressão de que os desonestos são bem sucedidos. “Sim”, diz a voz do mal, “estes são os que vencem”. Jesus traz a todos nós uma mensagem muito diferente. Confiar n’Ele significa que quereis acreditar no que diz, por mais estranho que pareça, e que desprezais as seduções do mal, por mais razoáveis e atraentes que possam parecer. Jesus não proclama apenas as Bem-aventuranças. Ele vive as Bem-aventuranças. Ele é as Bem-aventuranças. Olhando para Ele, vereis o que significa ser pobre de espírito, manso e misericordioso, justo, puro de coração e perseguido. As Bem-aventuranças falam da verdade e da bondade, da graça e da liberdade: de tudo o que é necessário para entrar no Reino dos Céus. Cabe agora aos seus seguidores, serem apóstolos valentes desse Reino! ...
CRÉDITOS
Texto - https://ens.pt/protected/wp-content/uploads/2018/05/tema-de-estudo-2004-as-bem-aventurancas.pdf
Imagem - https://ens.pt/protected/wp-content/uploads/2018/05/tema-de-estudo-2004-as-bem-aventurancas.pdf
Trilha sonora: acervo pessoal