A Igreja do Oriente já celebrava a Epifania e o Batismo de Jesus, no ano 300, em 6 de janeiro, enquanto a Igreja do Ocidente comemorava esta festa apenas na Liturgia das Horas. Em 1969, com a Reforma litúrgica, esta festa foi marcada no Domingo após a Epifania. Onde a Solenidade da Epifania não puder ser celebrada no dia 6 de janeiro, pode ser no domingo entre 2 e 8 de janeiro e a Festa do Batismo, na segunda-feira após a Epifania. Com esta festa, termina o ciclo de Natal, embora permaneça a possibilidade de celebrar, em 2 de fevereiro, a Apresentação do Senhor ao Templo, "Luz dos povos" (também conhecida como festa das "Candeias"). A Festa do Batismo do Senhor (celebrada no domingo após o dia 06 de janeiro) faz parte das Festas que evidenciam as “manifestações” do Senhor. Esta Festa conclui o Tempo Litúrgico do Natal, iniciado na Missa da “Vigília de Natal”. O nosso primeiro olhar pousa sobre a figura de João Batista, o Precursor, acerca do qual falou Jesus: “Ele é mais que um profeta, e é dele que está escrito: eis que envio o meu mensageiro à tua frente: ele preparará o teu caminho diante de ti. E em verdade vos digo que, entre os nascidos de mulher, não surgiu nenhum maior que João, o Batista, e, no entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele” (cf. Mt 11, 7-15). Foi ainda em relação a João Batista que falou o anjo Gabriel ao seu pai Zacarias: “O menino será grande diante do Senhor, (…) ficará pleno do Espírito Santo ainda no seio da sua mãe e converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus” (cf. Lc 1, 15-16). O profeta João Batista é o cumprimento da promessa. Ele terá o privilégio único de conhecer e batizar o próprio Messias. “Nesse tempo, veio Jesus da Galiléia ao Jordão até João, a fim de ser batizado por ele” (Mt 3, 13). E o que se vê? Vemos João desnorteado ao ver Jesus vindo ao seu encontro, sem compreender a atitude de Jesus e, talvez tenha se perguntado: Como pode Aquele que é sem pecado vir receber o batismo de penitência? Mateus nos apresenta exatamente a inquietação de João ao se referir a Jesus: “Eu é que tenho necessidade de ser batizado por Ti e tu vens a mim?” (Mt 3, 14). Sim, Deus vem ao homem, caminha entre os homens, confunde-se com eles. Nas margens do rio Jordão, o profeta João Batista é o primeiro a testemunhar a real novidade do amor de Deus, Aquele que vem ao encontro das chagas e dos sofrimentos humanos, resgatar a sua obra prima, conduzi-la à salvação. Veio extinguir, definitivamente, o exílio da humanidade, saciar a saudade do coração do homem por de Deus, proclamar o “tempo da graça” (Kairós, cf. Is 61, 1-2a). É Jesus – que às margens correntes do rio Jordão – se apresenta como aquele que está disposto a, livremente e em total submissão à vontade de Deus, amar o homem mesmo que esse amor o leve à “loucura da cruz”. Jesus responde prontamente a João: “Deixa estar por enquanto, pois nos convém cumprir toda justiça. E João consentiu” (Mt 3, 15). A “justiça” de que fala Jesus a João é o da obediência e o da livre resposta ao desígnio do Pai. Em Jesus a palavra justiça é assim – segundo Bento XVI – “o ilimitado sim à vontade de Deus”.
Fontes:
https://comshalom.org/domingo-hoje-a-igreja-celebra-o-batismo-do-senhor/
https://www.vaticannews.va/pt/feriados-liturgicos/festa-do-batismo-do-senhor-.html
Imagem: https://comshalom.org/domingo-hoje-a-igreja-celebra-o-batismo-do-senhor/
Composição: Keyboard Synthetyzer NordWave (arquivo pessoal).