Revelado internacionalmente no Festival de Roterdã, na Holanda, em 2021, onde arrebatou elogios em variadas línguas, o thriller cômico de tom sci-fi “Carro Rei”, de CEP pernambucano, que conquistou o Kikito de melhor filme em Gramado, entrou, enfim, em circuito. Sob a direção de Renata Pinheiro, o longa-metragem ganhou ainda os troféus de melhor desenho de som (dado a Guile Martins), direção de arte (de Karen Araújo) e trilha sonora (de DJ Dolores), além de um prêmio especial do júri, dado a Matheus Nachtergaele, por uma vulcânica atuação. Sua trama lembra muito “Bumblebee” (2018) em seus momentos iniciais, quando um garoto é salvo de um atropelamento por um carro com quem ele estabelece uma estranha conexão. Por “estranha” leia-se: ele fala com o tal carro. Anos depois, dedicado ao ativismo ambiental, o moço (Luciano Pedro Jr.) retoma relação com o veículo, mas percebe que existe uma aura totalitária nele, mas vê seu tio, o mecânico Zé Macaco (Nachtergaele), conectar-se com esse totalitarismo