No Política ao Quadrado #11, o papo reto é com GOG! O rapper brasiliense conversa com Lívia Carolina e Caio Barros sobre o exercício da política pelo trabalho na própria comunidade. O músico, cantor e poeta do hip hop fala como o embaixador da quebrada.
Ele conta sobre sua juventude em Brasília por meio de seus versos: “chegamos no Quadrilátero com a bunda quadrada; lata de fritos sem nada, barriga cheia d'água; usei fralda de pano, não estudei no Plano; aprendi a falar "véi" e, véi, aprendi a falar "mano"”. Alfabetizado muito cedo e incentivado pela mãe professora, o artista falou de sua intimidade com as palavras e com a realidade da periferia da Capital.
Inspirado nos anos 80 pelas influências da propaganda de TV, Michael Jackson e pelas fitas trazidas do exterior por colegas, GOG conta que vinha ao Plano ver as novidades musicais, à margem do processo, mas sem a visão pejorativa policial da figura marginal. O hip hop chegou ao Plano Piloto pela dança, mas logo entrou na periferia da cidade. Ele resume o estilo como “um poema sujo, que bate de frente pelo seu visual, no canto falado, repetindo num looping”. E questiona quantas músicas tratavam, por exemplo, da Ceilândia. O rap vem falar do que não se coloca em letra.
GOG defende que não há transformação sem luta e critica o sistema, que seria binário: dá dinehiro ou não dá dinheiro. O artista acredita na mudança social pelo corpo a corpo na comunidade, pela troca de ideias. Ao analisar o papel da política institucionalizada nesse contexto, dispara: “a esquerda é muito mais que PT, ou PSOL, a esquerda é P Sul, é P Norte, é muito maior que partido!
Quem faz o quadrado? O Política ao Quadrado é o podcast de primeira que vai ao ar toda segunda. A produção independente tem apresentação de Lívia Carolina e Caio Barros, técnica e vídeo por Kauê Pinto, edição e mixagem de Bruno Rosseti e produção de Germano Neto.
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