O viúvo no alpendre da escola.
Estava esperando sua vez,
Nos degraus do plenário,
Com a cabeça em volto numa argola,
Escondido atrás do muro,
Sua vida era pura lamentação,
Debaixo das grades do absurdo.
O Estado sorriu de alegria,
A população exaltou sua fantasia,
Com a história escrita no dia,
O mudo acenava com as mãos,
Dentro da janela do mundo,
Com o fim da peregrinação.
O outro ria sem alvoroço,
O silencio mostrava as raízes,
Da carne sem os ossos,
Na despedida prestigiava os pratos,
Quando se servia o almoço.
O cego esfregava o dedo nos olhos,
Querendo saber da notícia,
Que para muitos não era mais segredo,
E com a bengala úmida de suor,
Quase escorregou na praça,
Temendo alcançar o corredor melhor.
Mas o surdo não se surpreendeu,
Já sabia dos acontecimentos,
Pois verazmente na antiguidade dizia:
Que neste manuscrito compugnado,
Ele tinha feito o relato seu,
E para muitos de sua rede,
Sabiamente descreveu.
Áudio e letra - Por Edson Peres,
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