Autor: Orlando Avendaño Calderon.
Uma grande aura de mistério gira em torno do local e da data de nascimento de Carlos Gardel, pois é totalmente incerto. Quanto às duas hipóteses, a hipótese francesa garante que Morocho del Abasto nasceu em Toulouse em 11 de dezembro de 1890, com o nome de Charles Romuald Gardes; a outra hipótese, a do uruguaio, afirma que Gardel nasceu em Tacuarembó em 11 de dezembro de 1887 como Carlos Gardel. É unânime que o rei do tango viveu grande parte de sua vida em Buenos Aires, tornando-se cidadão argentino em 1923 e morrendo tragicamente em Medellín, em um acidente de avião.
Seu legado musical foi de tal magnitude que a UNESCO registrou sua voz em 2003 no programa Memória do Mundo, como patrimônio histórico dos povos do mundo. Em 1917, Gardel cantou o tango “mi noche triste”, fato considerado o nascimento do tango musical. Embora o seu estilo de canto fosse inicialmente desaprovado e rejeitado pelos “cantores puros”, aos poucos Gardel foi ganhando respeito, sendo considerado o cantor de tangos. Embora José María Contursi já o tivesse feito antes.
A técnica vocal de Gardel era variada, pois sua tessitura de voz era de leve tenor até 1933, cantando de C 3 a R 5 em canções como as já citadas “mi noche triste” e “la cieguita”. A partir de 1934, sua tessitura de voz se tornou a de um barítono leve, atingindo notas de a 2 a b 4 em tangos como “por una cabeza” e “el día que me quiero”.
Sobre sua pertença à Ordem Maçônica há muito pouco material, mas durante as investigações realizadas na Grande Loja do Departamento de Antioquia Colômbia fundada em 1934, verificou-se que, com efeito, o Tordo Crioulo, como também era conhecido o Gardel, era um maçom. Isso pôde ser sabido durante uma entrevista com o proeminente barítono colombiano, Roberto Ughetti Aguilar, para o Diario Crónica de Buenos Aires em 1971. Jorge Sturla, que conduziu a entrevista, afirmou que “de todas as investigações realizadas surge a verificação, ou presunção , de que Gardel foi iniciado no ritual maçônico na França ou nos Estados Unidos ... "
Nessa entrevista, Ughetti decidiu que Gardel não queria dar a ele um enterro cristão porque alegavam que ele era maçom. "Que crime! Não? Como se o fato de não compartilhar certas idéias clericais pudesse determinar abusos como esse ... Negar o enterro de um morto! " condenado Ughetti.
Ughetti afirma que, por ser maçom, foi muito difícil realizar os serviços fúnebres no corpo presente a Carlos Gardel, mas graças a seu amigo o padre Enrique Uribe, dono da basílica principal de Medellín, capital da Colômbia Departamento de Antioquia, foi possível realizar as homenagens correspondentes; já que Uribe emprestou sua quinta casa, que ficava perto da Avenida la Playa.
Por outro lado, o escritor e pesquisador colombiano Mario Arango, em seu livro Masonería y Partido Liberal, menciona que Juan José Hoyos publicou um artigo mencionando a cerimônia fúnebre que os maçons de Antioqueno realizaram para Carlos Gardel. Os ditos serviços funerários foram presididos pelo Grão-Mestre da época, Dr. Rubén Uribe Arcila. Mario Arango teve uma reaproximação com Oscar Uribe, irmão do Grão-Mestre Rubén Uribe Arcila, que confirmou que, efetivamente, outra homenagem fúnebre foi feita a Carlos Gardel, no antigo Templo Maçônico de Medellín, poucos dias após sua trágica morte e sepultamento. Ao mesmo tempo, soube-se que morreram junto com Gardel o maçom e empresário colombiano Ernesto Samper Mendoza, que era o piloto do avião em que viajava o Morocho del Abasto.
Com base em todos os dados encontrados, pode-se concluir com um certo grau de certeza que Carlos Gardel foi maçom, a tal ponto que podemos encontrar nos dias atuais homenagens à sua memória dentro da Maçonaria. O anterior é reforçado, pois, em vista da situação injusta para com uma personalidade da estatura Carlos Gardel, o Dr. Álvaro Castaño Díaz, atual Grão-Mestre da Grande Loja do Departamento de Antioquia, decretou em 31 de março de 2021 que este e todos O dia 24 de junho s