No artigo anterior, tomamos conhecimento de forma resumida das histórias do hermetismo e da alquimia em suas origens, assim como, das suas aproximações e ligações surgidas no decorrer do tempo entre as duas escolas. Vimos também explicações no tocante ao uso da expressão Arte Real, com o objetivo de desfazer algumas dúvidas referentes ao seu uso indistinto tanto para a Alquimia quanto para a Maçonaria, e pudemos constatar que a sua utilização não é privilégio de qualquer que seja.
COMENTÁRIOS:
Antes de começarmos a segunda parte do nosso “Hermetismo e Alquimia no REAA”, é bom que se esclareça o seguinte: quando surgiu a ideia de elaborar um trabalho versando sobre estes temas, não constava no roteiro incluir qualquer coisa a respeito das supostas ligações entre Maçonaria e o Rosacrucianismo. Mas, o leitor há de convir que um breve exame panorâmico não faz por esgotar a riqueza de um tema como este. À medida que o artigo evoluiu, ficou clara a necessidade de incluir informações neste sentido, pois, o trabalho ficaria em parte comprometido nos seus objetivos ou até mesmo incompleto. Não há como ignorar essa outra influência, até pelo fato de que ela deixou suas marcas na doutrina maçônica. Além do mais, em grande parte das obras consultadas para a feitura deste trabalho, a todo o momento era de se deparar com uma menção aqui ou ali que remetiam ao Rosacruzes. As possibilidades de estabelecermos conexões da Maçonaria com essa escola filosófica, a qual, encontrou campo fértil para evoluir, num período da Idade Média onde a Maçonaria também começava a passar por mudanças substanciais, com uma transição em andamento, de operativa para especulativa, onde começavam a ser introduzidas novas ideias facilitou essa aproximação. Portanto, com o objetivo então de ajudar-nos a entender melhor sobre os porquês de ter chegado até determinados símbolos, por exemplo, ou deles terem chegado até nós, aí por fim, nos ateremos somente (o que acontecerá dentro do próximo capítulo) ao “Hermetismo e Alquimia no REAA” do título. Tudo está ligado, de certa forma.
A HISTÓRIA DA MAÇONARIA E O HERMETISMO: UM RESUMO
Resumindo: a aproximação maior, na realidade se deu entre alquimistas, cabalistas, hermetistas e adeptos da magia, o que ocasionou o surgimento de várias seitas e sociedades secretas. Na Maçonaria, no seio das associações operativas, estavam sendo admitidos elementos na condição de “aceitos”. A presença destes elementos, com o tempo, acabou introduzindo na Maçonaria Especulativa ou Moderna influências oriundas da filosofia e do simbolismo de outras escolas.
A introdução dos símbolos herméticos, cabalistas e alquimistas no ambiente maçônico, teve seu início oficial na Inglaterra durante o transcorrer do século XVII. Sabe-se que as agremiações estavam em franca decadência e as fraternidades constituídas por Maçons em número cada vez mais reduzido. Algumas delas faziam de tudo para se manter, em nome da tradição, pois, os segredos da arte de construir, tinham deixado de ser segredos após os progressos conquistados em relação aos prelos.
No período compreendido entre 1620 a 1678, os Maçons não profissionais, os “aceitos” já eram maioria nas Lojas.