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Por Paulo Kanate

Com a chegada do no mundo maçônico, muitas perguntas surgiram: quais foram os impactos na maçonaria africana? E as proibições político-religiosas e como esses obstáculos foram contornados? Qual é a percepção atual da Maçonaria na África? Neste artigo, respondemos a todas essas perguntas analisando em profundidade a história e o desenvolvimento da Maçonaria na África.

História da Maçonaria na África
A Maçonaria foi estabelecida na África no século XVIII. Entrou no continente através de missionários e militares coloniais franceses, britânicos, belgas e portugueses que trouxeram os ideais maçônicos para o continente africano.
Lojas europeias adaptavam rituais ao ambiente cultural local e os membros se autodenominavam "irmãos", unindo-os em solidariedade simbólica.

Origens
Segundo algumas fontes, a primeira loja maçônica foi fundada em 1737 no Egito, mas não sobreviveu por muito tempo. A loja mais antiga conhecida no continente é a da Presidência do Benin (ex-Daomé), fundada em 1852 por um chefe consuetudinário e aberta exclusivamente a membros locais qualificados.
Em 1862, o Grande Oriente da França estabeleceu sua primeira loja maçônica no Senegal e outras lojas se seguiram em todo o continente africano.

Expansão e influência
Durante o período colonial, novas lojas foram estabelecidas nas colônias européias para atender a população europeia. No início do século 20, as lojas haviam se enraizado em quase todos os países africanos de língua francesa, incluindo alguns países de língua inglesa, como África do Sul, Zimbábue e Quênia.
Em alguns casos, a influência maçônica se estendeu para incluir líderes africanos assumindo posições de responsabilidade em ordens maçônicas internacionais, como o Grand Orient de France (GODF) e o Grand Loge National Français (GLNF).

Proibições político-religiosas
Motivos da proibição

A partir da década de 1970, quando a maioria dos países africanos estava conquistando a independência política e nacional, vários estados muçulmanos e cristãos proibiram a prática da Maçonaria por vários motivos. Oponentes religiosos frequentemente denunciavam a Maçonaria como uma forma secreta de adoração idólatra ou pagã, ou como uma organização secreta que procurava substituir Deus por um chamado "grande arquiteto".

Superando as proibições
A maioria das lojas foi forçada a operar nas sombras e essas proibições continuaram em vigor até o final do século XX. No entanto, novas organizações maçônicas trabalharam para superar essas proibições.
De fato, alguns irmãos africanos têm procurado se aproximar das principais ordens maçônicas européias para obter seu reconhecimento formal. Por exemplo, em 1985, a Grande Loge Nationale Française (GLNF) estabeleceu uma “obediência” no Benin, apesar das restrições religiosas.

Desenvolvimento da Afro-Maçonaria
No final do século 20, a chegada das Lojas Prince Hall (uma loja americana fundada em 1887 por escravos negros) deu um novo impulso à Maçonaria na África. Essas lojas introduziram um movimento que tentou reinterpretar os ritos maçônicos de uma perspectiva africana e apelar para as tradições culturais locais para criar o que alguns chamam de "afro-maçonaria".
Este movimento também estimulou o desenvolvimento de uma "grande loja" continental, conhecida como Grande Loja da África (GLA), com sede em Abidjan, Costa do Marfim.

Diferenças entre Maçonaria e Afro-Maçonaria
As principais diferenças entre a Maçonaria e a Afro-Maçonaria estão relacionadas principalmente à espiritualidade e à prática maçônica. Enquanto os irmãos maçônicos tradicionais geralmente buscam uma conexão espiritual mística com o Grande Arquiteto do Universo, os membros afro-maçônicos veem o serviço comunitário como seu maior dever e colocam ênfase particular nos laços familiares e nas responsabilidades sociais.
Ao mesmo tempo, os seus ritos centram-se em símbolos africanos como máscaras, esculturas ou mesmo antigas linhagens reais.

Presença atual da Maçonaria na África
Extensão da Presença
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