Por Ayrton Senna Gazel
Luta pela abolição da escravatura e a promoção de ações sociais marcam a trajetória dos maçons no estado
Apesar da primeira sede da maçonaria em solo amazonense ter sido construída somente duas décadas após a elevação do Amazonas à categoria de província, os maçons chegaram à região amazônica décadas antes e tiveram relevante participação na integração do território ao restante do país e no incentivo à política de desenvolvimento regional.
Fundada antes mesmo da construção do Teatro Amazonas, a loja Esperança e Porvi foi construída em 1972, na rua Bernardo Ramos, bairro Centro, Zona Centro-Sul de Manaus, sendo a primeira do estado, e até hoje o local é destinado a reuniões e eventos da sociedade.
Já no século XX, em 1904, foi fundada a primeira Grande Loja Maçônica do Amazonas (GLOMAM). Considerada a primeira das Grandes Lojas Brasileiras, é considerada Potência Maçônica na Amazônia Ocidental, até os dias atuais.
Segundo Antônio Loureiro, escritor membro da Academia de Letras e historiador da maçonaria no Amazonas, os maçons se conceituam como indivíduos livres que buscam o caminho da retidão, que têm profundo respeito pelas coisas sagradas e sentem a missão de fazer o bem, buscando fazer a diferença no meio em que vivem.
Por serem seguidores de uma sociedade discreta, que desperta curiosidade e gera diversas especulações até os dias de hoje, muitas vezes os maçons são alvos de preconceito, pois os assuntos da ordem interessam somente aos membros. Entretanto, o maçom tem papel ativo na sociedade e precisa “lapidar-se” para ser um ser humano cada vez melhor.
O Sereníssimo Grão-Mestre da GLOMAM, Marcelo Barbosa Peixoto explica que, atualmente, a Grande Loja Maçônica do Amazonas funciona como sede administrativa, que controla todas as 50 Lojas do Estado, sendo 21 na capital e outras 29 no interior do Amazonas. Todas estão interligadas e dirigidas pelo Supremo Conselho do Brasil. No país, a maçonaria conta com mais 500 mil adeptos, com os mesmos propósitos.
Ajuda durante crise de oxigênio em Manaus
Um exemplo de como a sociedade trabalha a serviço da sociedade, ocorreu durante a crise de falta de oxigênio no Amazonas, em meados de janeiro. Após a divulgação do colapso dos hospitais, os maçons realizaram uma grande mobilização para arrecadar fundos, e doar o insumo para os familiares que se desesperavam em frente aos centros de saúde da capital.
"A maçonaria tem um histórico de sempre participar dos momentos cívicos mais significantes da história do país, como na Independência do Brasil,