Deveres pessoais do Maçom
O maçom deve saber usar as próprias virtudes, evitando qualquer forma de intemperança e excessos que o impeçam de cumprir os deveres do ofício.
Ele deve ser diligente em sua profissão.
Nas horas vagas dedicar-se ao estudo das artes e das ciências para melhor se preparar para os seus deveres para com Deus, a pátria, o próximo e consigo mesmo.
Deve adquirir, na medida do possível, espírito de paciência, calma, sacrifício e abnegação, a fim de dominar-se e conduzir a família com afeto, dignidade e prudência.
Ele deve saber reprimir qualquer ato que possa prejudicar seus semelhantes, esforçando-se sempre por promover entre eles o amor e a cooperação que os membros de uma mesma família sentem.
Ele deve possuir uma boa reputação, deve aprender a obedecer aos que estão acima dele, por mais inferiores que lhe pareçam em posição e condição social; pois embora a Maçonaria não tenha privado nenhum de seus títulos e honrarias, nas Lojas, a excelência das virtudes e do conhecimento tornam-se uma verdadeira fonte de nobreza, liderança e governo.
Deveres civis do Maçom
O maçom é um cidadão pacífico; ele nunca deve participar de conspirações contra a paz e o bem-estar do país, nem deve agir atropelando seus deveres para com as Autoridades. Ele deve cultivar a concórdia e viver em harmonia e amor fraternal.
Deveres sociais do Maçom
Os maçons devem ser homens de virtude: bons maridos, bons filhos e bons vizinhos. Devem evitar qualquer excesso que possa prejudicar a si mesmos e suas famílias; eles devem conduzir os assuntos de suas famílias e suas Lojas com sabedoria.
Deveres fraternos do Maçom
Os maçons sempre tiveram a obrigação de evitar caluniar um irmão, de alimentar sentimentos injustos e malignos, de criticar um irmão ou suas ações. Jamais devem permitir que se espalhem culpas e calúnias contra um irmão ausente, bem como que seu caráter seja prejudicado, mas terão que defendê-lo, alertá-lo de qualquer perigo ou dano que ele ameace e ajudá-lo a escapar, mas não devem ir além.
As Virtudes Maçônicas
A solidariedade maçônica inclui: socorro a irmãos infelizes e prática geral de filantropia; contribuição em Lojas para a educação e aceitação dos Irmãos.
Assistência individual prestada no mundo profano dentro dos limites da justiça e sem prejuízo da independência de cada um nos seus deveres e no seu próprio interesse.
Tolerância é aceitar e encorajar até mesmo opiniões que você não compartilha de acordo com o que muitas vezes se repete: “Não concordo com o que você diz, mas defenderei seu direito de dizê-lo até a morte”; parece afirmação, mas não confirmada por Voltaire de buscar sempre o que une e não o que divide. Respeite a liberdade de cada irmão em assuntos filosóficos, políticos e religiosos, não critique de forma alguma os atos de sua vida privada, desde que esses atos não afetem sua honra.
Igualdade, isto é, esquecer as distinções profanas na Loja e não tomar partido, na Loja, nas várias opiniões dos Irmãos.
A Maçonaria se esforça para emancipar os espíritos, eliminando todas as distinções de credo, raça, nacionalidade, fortuna, ancestralidade e posição social. A conquista da perfeição maçônica só é alcançada após uma transformação espiritual integral que envolve o abandono do personalismo e do individualismo após a descoberta do VITRIOL. Tudo isso surge sobretudo no trabalho na Loja, junto com os irmãos e com a egrégora que se percebe durante as Sessões.
O segredo maçônico ou confidencialidade
A confidencialidade é necessária porque, como maçom, o iniciado não pertence mais a si mesmo.
Também devem permanecer reservados os Ritos particulares praticados nos Templos, dos quais não se deve absolutamente falar fora. Vivemos em um contexto de pessoas que não são muito benevolentes conosco e estão prontas para fazer uso da menor indiscrição para nos atacar, deturpando seus propósitos.
A Maçonaria é uma irmandade que guarda um segredo, nomeadamente o de conseguir racionalmente, solidamente, o aperfeiçoamento do indivíduo e através dele para a comunidade. Seu sistema racional, que se baseia em éticas não apenas teóricas, mas também praticadas, faz com que ela apareça à Igreja como uma rival formidável.
Mas a Maçonaria só pode ser vista como aliada da religião; naturalmente não pode aceitar os dogmas que o raciocínio rejeita, porque no caminho maçônico pretende-se chegar ao conhecimento através de um processo naturalmente lógico, através de um processo interior de amadurecimento que exclui a imitação servil.
Essa, portanto, é a mais nobre das peculiaridades que nos são concedidas pelo GADU ou a de pensar e se aperfeiçoar.
Convencida da contínua transformação e devir de todas as coisas, da sua natureza infinita e eterna, a Maçonaria afasta-se de qualquer doutrinarismo em que um horizonte de verdade, compreendido ou vislumbrado, se torne um limite e, portanto, um obstáculo a novas intuições de pensamento.