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por Tiago Cordeiro

Ela fez da visão de mundo maçônica — liberdade, igualdade e fraternidade — o alicerce para construção de uma nova nação.

Eram maçons dois dos mais importantes líderes da Revolução Francesa: Jean-Paul Marat, ideólogo de uma ala radical do movimento, e o marquês de La Fayette, militar aristocrata que aderiu à revolta popular. Isso quer dizer que a maçonaria foi a força motriz da rebelião? Depende de como se interpreta a história. Certos pesquisadores, como o americano W. Kirk MacNulty (maçom há mais de 40 anos), acreditam que sim. “Entre os inimigos da monarquia francesa, mesmo quem não participava da ordem tinha sido influenciado por suas ideias”, diz MacNulty. Outros, como o britânico Andrew Prescott (diretor do Centro de Estudos da Universidade de Sheffield, na Inglaterra), destacam que os dois principais comandantes da revolução — Georges-Jacques Danton e Maximilien de Robespierre — jamais foram maçons. “São exageradas as afirmações de que a maçonaria liderou o movimento”, declara Prescott.

Independentemente da interpretação que se faça, é fato que a Revolução Francesa fez da visão de mundo maçônico - liberdade para adorar qualquer deus, igualdade entre nobres e plebeus e fraternidade entre os membros do mesmo grupo - o alicerce para o novo país que os revolucionários pretendiam construir. A influência da maçonaria foi tamanha que uma música composta e cantada na loja maçônica de Marselha acabou sendo transformada no hino da nova França.