Na vida, há certas ocasiões que ficam na memória para sempre. O nome de John Glenn é um daqueles que trazem lembranças de um momento marcante da nossa história.
Muitos da geração mais velha de hoje podem se lembrar de assistir televisão, seja em casa ou na frente de uma loja, em estado de fascínio quase total enquanto o homem conquistava uma de suas últimas barreiras – o espaço.
John Glenn era um astronauta da NASA. Ele fez parte do primeiro grupo de astronautas que a NASA escolheu. Ele foi o primeiro americano a orbitar a Terra. Ele também se tornou um senador dos EUA. Mais tarde, ele se tornou a pessoa mais velha a voar no espaço.
Vivendo na geração baby boomer, Glenn sempre parecia estar por perto. Em 1957, ele estabeleceu o recorde de velocidade transcontinental em um voo de Los Angeles a Nova York, completando a viagem em três horas e 23 minutos.
Em 1959, Glenn assumiu um novo desafio quando foi selecionado para o Programa Espacial dos EUA. Ele e outros seis, incluindo Gus Grissom e Alan Shepard, passaram por um treinamento rigoroso e ficaram conhecidos como "Mercury 7". Na época, os Estados Unidos estavam presos em uma “corrida espacial” acalorada com a União Soviética sobre os avanços na tecnologia e pesquisa espaciais.
Cinco anos depois, em 20 de fevereiro de 1962, Glenn se tornou o primeiro americano a orbitar a Terra. Ele nomeou sua nave espacial Friendship 7 e fez três órbitas ao redor da Terra. Sua missão mostrou que a espaçonave Mercury funcionava no espaço. A missão também ajudou a NASA a aprender mais sobre estar no espaço.
Foi uma nação ansiosa que assistiu e ouviu naquela manhã de fevereiro, quando Glenn, de 40 anos, subiu na Friendship 7, uma minúscula cápsula Mercury no topo de um foguete Atlas subindo das planícies de concreto do Cabo Canaveral, na Flórida.
A Guerra Fria há muito alimentava temores de destruição nuclear, e os russos pareciam estar vencendo a disputa com sua inquietante ascensão ao espaço sideral. Dois russos, Yuri Gagarin e Gherman Titov, já haviam orbitado a Terra no ano anterior, ofuscando os feitos dos americanos Alan Shepard e Virgil Grissom, que haviam sido lançados apenas para as margens do espaço. O que, as pessoas perguntavam com crescente urgência, havia acontecido com a tecnologia e o espírito de poder dos Estados Unidos?
A resposta veio às 9h47, horário do leste, quando, após semanas de atrasos, o foguete decolou. As três órbitas foram apenas um voo curto, mas quando Glenn estava de volta em segurança, lançando ao mundo um sorriso triunfante, as dúvidas foram substituídas por uma ampla e nova fé de que os Estados Unidos poderiam de fato se defender contra a União Soviética na Guerra Fria e algum dia prevalecer.
O Friendship 7 foi carregado por um veículo de lançamento Atlas LV-3B decolando do Complexo de Lançamento 14 em Cabo Canaveral. Após quatro horas e 56 minutos de voo, a espaçonave reentrou na atmosfera da Terra, caiu no Oceano Atlântico Norte e foi levada com segurança a bordo do USS Noa.
Mas esta jornada histórica não foi sem algumas falhas. Na sala de controle, os funcionários da NASA ficaram preocupados com o fato de o escudo térmico de Glenn não estar firmemente preso à espaçonave. Glenn fez alguns ajustes e conseguiu fazer um pouso seguro.
“Achei a ausência de peso extremamente agradável”, foi seu comentário sobre estar no espaço.
Diz a lenda que o presidente Kennedy ordenou que ele não fosse enviado novamente por medo de perder um tesouro nacional. Depois de se aposentar do programa espacial, ele teve uma carreira empresarial de sucesso.