Essa fotografia encomendada pelo eu-lírico de Cecília Meireles incomoda, e parece nos cutucar especialmente nesses nossos tempos.
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Desejo uma fotografia /
como esta — o senhor vê? — como esta: /
em que para sempre me ria /
como um vestido de eterna festa.
Como tenho a testa sombria, /
derrame luz na minha testa. /
Deixe esta ruga, que me empresta /
um certo ar de sabedoria. /
Não meta fundos de floresta /
nem de arbitrária fantasia... /
Não... Neste espaço que ainda resta, /
ponha uma cadeira vazia.