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Description

Essa fotografia encomendada pelo eu-lírico de Cecília Meireles incomoda, e parece nos cutucar especialmente nesses nossos tempos.

***

Desejo uma fotografia /

como esta — o senhor vê? — como esta: /

em que para sempre me ria /

como um vestido de eterna festa.

Como tenho a testa sombria, /

derrame luz na minha testa. /

Deixe esta ruga, que me empresta /

um certo ar de sabedoria. / 

Não meta fundos de floresta /

nem de arbitrária fantasia... /

Não... Neste espaço que ainda resta, /

ponha uma cadeira vazia.