Assusta saber que há uma “cultura do estupro” em nosso país. Mas quando você tem mulheres estupradas a cada oito minutos, você tem algo que reflete certo comportamento. Estupro é ato de repetição. Esse termo tem sido usado por feministas para apontar comportamentos sutis ou explícitos que silenciam ou relativizam a violência sexual contra a mulher.
Cultura não significa algo positivo, nem legítimo. A filósofa Marilena Chauí a definiu como “toda produção simbólica de uma sociedade” e o sociólogo Denys Cuche, em seu livro “A Noção de Cultura nas Ciências Sociais” explica que a noção de cultura se revela então o instrumento adequado para acabar com as explicações naturalizantes dos comportamentos humanos. A natureza, no homem, é inteiramente interpretada pela cultura. Isso significa dizer que se é cultural, nós criamos. Se nós criamos, podemos mudá-los.
Vamos debater sobre isso nesse áudio criado num improviso enquanto aguardava a abertura do Teatro Municipal do Rio, no dia 12 de Julho, em resposta a um amigo se seria o estuprador um doente mental, portanto, alguém com certa patologia.
O áudio viralizou e foi citado numa reportagem do Jornal O Globo, na pág. 31 no caderno Saúde na reportagem “Maldade ou Loucura, Um caso a ser diagnosticado” como contraponto a alegação da defesa do médico estuprador de que o mesmo possui uma doença mental.
Me acompanhem...