Em menos de nove meses, o número de queimadas registradas na Amazônia já superou o total de todo o ano de 2021. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), até a última segunda-feira (19), foram mais de 76 mil focos de incêndio na floresta. Para falar sobre isso, nesta quinta-feira (22) o “8 em Ponto” recebe o biólogo João Paulo Capobianco, doutor em ciência ambiental pela Universidade de São Paulo (USP) e vice-presidente do Instituto Democracia e Sustentabilidade.
Perguntado sobre as origens do fogo, o especialista cita o desmatamento por corte raso – eliminação da floresta por área onde será desenvolvida atividade econômica agropecuária - como uma das causas. Ele explica que, até 2021, já havíamos eliminado completamente 19,1% da floresta amazônica. De acordo com Capobianco, isso gera o que se chama tecnicamente de “degradação”, fator que facilita o surgimento de focos de calor e a propagação de incêndios.
Todo esse processo, garante o biólogo, é intencionalmente praticado por grileiros de terras. “Há uma profunda inter-relação entre derrubada e queimada”, afirma. Ele complementa: “Estamos chegando muito perto daquilo que os cientistas chamam de ponto de não retorno”.
O programa "8 em Ponto", com apresentação de Sergei Cobra, vai ao ar pela Rádio Cultura FM 103.3 FM e 77.9 FM estendida, de segunda a sexta-feira, às 8h. O programa é transmitido também na Rádio Cultura Brasil AM 1200 e pelo aplicativo Cultura Digital.