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Quem nunca levou o pais nas costas? Essa imagem e essa carga estão em nossa formação cultural. Para falar disso com alguma propriedade, a gente revisita as palavras do poeta romano Virgílio, lá no século I a.C. No poema épico Eneida (que narra as peripécias do guerreiro Eneias em busca de uma nova Troia), o herói troiano sai da cidade devastada pela guerra levando o pai às costas e o filho pela mão, partindo para fundar o que seria, mais tarde, identificado como o Império Romano. Essa ambientação está no imaginário da sociedade contemporânea ocidental e pode se desdobrar ou ser interpretada de diferentes maneiras. Juan Rulfo (México, 1917-1986), em Llano en llamas (Chão em chamas), revisita essa imagem, quando existe uma conversa preditiva de como será a vida de um e outro - o que carrega e o que é carregado. São tantas histórias, tantas projeções e tantas gratidões que precisam ser manifestadas para que se possa seguir adiante como indivíduos que, para começar, tomamos um gole de café e dizemos: "Obrigado(a), pai!" e continuamos dando pares de meias (não tem erro!), todos os anos. Venha tomar esse café comigo!