Neste período do ano em que costuma fazer "um frio de renguear cusco" no sul do Brasil, desde que li Gato preto em campo de neve, há décadas, não me esqueço do que deve ter sido a cena vista por Erico Verissimo, ao passar de trem pelo Colorado, e ver um gato preto ligeiro cruzando a neve. Isso foi em 1941, há 80 anos. Hoje, folheando um exemplar de edição nova, com prefácio escrito pelo Luis Fernando Verissimo (que está na casa dos 80), tenho uma sensação nostálgica muito bonita e intensa, por isso penso que vale compartilhar! "Não acredito em que não possamos um dia empregar toda a nossa capacidade de amor, toda a nossa inteligência criadora, todas as conquistas do progresso, na construção duma sociedade justa, nobre e bela." Que bonito e nobre esse trecho de um diálogo imaginário com que Erico termina a narrativa. Um relato de viagem de descoberta, de se sentir gato preto em campo de neve, de tensão de Segunda Guerra, mas, ao mesmo tempo, de música boa, conversas mais ainda e, como ele encerra o texto, tempo de "Esperança". Essa é a palavra-chave em qualquer tempo. Vamos compartilhar a minha e a sua esperança neste café. Venha, que tá prontinho!