Quando criança, você já brincou de correr atrás de uma bolha de sabão? Ela sai voando por aí e, quase sempre, estoura antes de você conseguir pegá-la, certo? Então imagine uma bolha de sabão que não estoure facilmente! Você pode tocar nela e ela continua lá, cheia de ar dentro daquele líquido. Incrível, não é?!
Você sabia que existem alguns sapos na natureza, que são capazes de produzir várias bolhas de sabão, uma ao lado da outra, que duram vários dias? Essas espumas persistem por semanas na natureza, resistindo a sol, chuva e outras intempéries ambientais. Uma espuma nada mais é que bolhas de ar encapsuladas por um líquido, desde que ele contenha uma substância capaz de vencer a alta tensão superficial da água. Essa função é realizada por sabões e detergentes, também chamados surfactantes.
Algumas espécies de rãs depositam seus ovos nessas espumas chamadas de ninhos de espuma, que permitem o desenvolvimento dos girinos longe da água, fornecendo oxigênio e umidade e proteção contra radiação ultravioleta. É ainda mais fascinante o fato da sua composição ser rica em proteínas, inclusive proteínas surfactantes, que são extremamente raras na natureza.
A Profa. Denise Hissa, é bióloga, com doutorado em biotecnologia, Professora do Departamento de Biologia da Universidade Federal do Ceará (UFC), e estuda esses peculiares ninhos de espuma desde a sua graduação. Esse é o nosso segundo programa com a professora Denise e agora iremos conversar sobre seu trabalho estudando a biologia das proteínas! iremos falar sobre a descoberta de novas proteínas, como é o banco de dados das proteínas, como são as proteínas raras e sua estrutura, o trabalho da professora com o estudo de detergentes naturais de rãs e bactérias e muito mais!