No início do século 17, a varíola era uma das doenças transmissíveis mais temíveis no mundo, atingindo, até a juventude, a maioria das pessoas e representando uma alta taxa de mortalidade. Lady Mary Montagu, esposa do embaixador inglês em Istambul, observou que a doença poderia ser evitada através de uma técnica utilizada pelos muçulmanos, com a introdução, na pele de indivíduos sadios, de líquido extraído de crostas de varíola de um paciente infectado. Esse processo, conhecido por "variolação", provavelmente teve origem na China e foi levado à Europa Ocidental, onde, embora tenha provocado vários casos de morte por varíola, foi utilizado na Inglaterra e nos EUA até surgirem as primeiras investigações do médico inglês Edward Jenner, publicadas no trabalho Variolae Vaccinae, em 1798. Jenner estudou camponeses que desenvolviam uma condição benigna conhecida por vaccinia, devido ao contato com vacas infectadas por varíola bovina (cowpox), desenvolvendo as primeiras técnicas de imunização. Embora sem os preceitos bioéticos definidos posteriormente, sua contribuição para a história da medicina foi inegável. Entretanto, a relação causa-efeito entre a presença de microrganismos patogênicos e doenças apenas foi estabelecida por Louis Pasteur e Robert Koch, aproximadamente em 1870. Para homenagear Jenner, Pasteur deu o nome de vacina (como o vírus da vacina de Jenner) a qualquer preparação de um agente que fosse utilizado para imunização de uma doença infecciosa e, em 1885, Pasteur desenvolve a vacina contra a raiva humana, dando início a uma nova era.
Nesse programa conversamos com a Doutora Rosemayre Freire, farmacêutica e Técnica em Microscopia Confocal da Central Analítica da Universidade Federal do Ceará (UFC), sobre um tema importantíssimo, Vacinas! Iremos abordar o que são vacinas, como elas agem, sua conexão com a imunização, como são produzidas, o que é necessário para serem aprovadas e muito mais. Um tema de extrema importância para o atual momento em que vivemos!