Como nós mulheres estamos lidando com os sofrimentos da vida? Diante de um mundo que nos exige produtividade, impõe padrões e performances humanamente inatingíveis, um número cada vez maior de mulheres tem buscado em cápsulas a fórmula para suportar as dores da própria vida. Sabemos que a medicação é responsável por muitos benefícios, porém, quando essa medicação serve para silenciar um problema social, ela vem em grande quantidade e pode ter resultados que prejudicam e até mascaram os reais problemas detrás dos sintomas. Nesse sentido, a medicalização excessiva ao corpo da mulher pode se tornar uma violência de gênero. Afinal, quanto isso implica em nossas vidas, no nosso cotidiano, nas nossas escolhas e autonomia?
Dicas do episódio:
CAPONI, Sandra. Uma sala tranquila: neurolépticos para uma biopolítica da indiferença. São Paulo: Liber Ars; 2019.
DEL PRIORE, Mary. Ao Sul do Corpo: condição feminina, maternidades e mentalidades no Brasil Colônia. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1993.
MARTINS, Ana Paula Vosne Martins. A ciência dos partos: visões do corpo feminino na constituição da obstetrícia científica no século XIX. Rev. Estud. Fem., v.13, n.3, p.645-6, 2005.
MENDONCA, Reginaldo Teixeira; CARVALHO, Antonio Carlos Duarte de. O consumo de benzodiazepínicos por mulheres idosas. SMAD, Rev. Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog. (Ed. port.), Ribeirão Preto, v. 1, n. 2, ago. 2005.
RAGO, Elisabeth Juliska. A ruptura do mundo masculino da medicina: médicas brasileiras no século XIX. Cad. Pagu, v.15, p.199-225, 2000.
ROHDEN, Fabíola. Uma ciência da diferença: sexo e gênero na medicina da mulher. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2001.
VIEIRA, E. M. A medicalização do corpo feminino. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2003.
Filme: Nise – O coração da loucura.