Surgido há mais de 5.000 anos na Índia, o yoga é provavelmente o mais difundido sistema filosófico indiano. A palavra “yoga” tem sua origem no sânscrito, e sua raiz é “yuj”, que significa “unir” ou “integrar”. Por isso, o yoga tem como princípio fundamental a ideia de união e reintegração do corpo com a mente, levando ao equilíbrio do ser e à união entre todos os seres. Os ensinamentos do yoga buscam trazer os princípios e filosofias da prática para o cotidiano das pessoas. Dessa forma, como toda ação praticada por nós, afeta nossa vida e daqueles que estão à nossa volta, pois somos seres políticos. Sendo assim, é impossível dissociar o yoga da política. Com princípios como a não violência e a busca por uma existência mais amorosa e acolhedora, o yoga pode sim ser considerado como uma ferramenta de transformação social. A ética do yoga, escrita há milênios, prega a verdade, o esforço, a não-violência, a purificação e o estudo. Apesar de pregar o respeito e igualdade acima de tudo, a prática do yoga na Índia está intimamente ligada à classe média, às castas e também carrega traços de sexismo e elitismo em muitos contextos, não só em seu país de origem, mas no mundo todo. Em diversos momentos da história, o yoga associou-se ou modificou-se conforme acontecimentos políticos e, atualmente, é usado inclusive para o avanço da extrema direita na Índia. Para nos ajudar a entender melhor a história e prática do yoga, e também a forma como ele se relaciona e está ligado com a política, vamos ter uma prosa com a militante e professora de yoga na Yoga para Todes, Vanessa Joda, com a criadora do projeto Yoga Marginal, Tainá Antonio e com o deputado estadual pelo PDT-PR e estudante das tradições do yoga, Goura Nataraj.