O afrofuturismo é um movimento cultural, social e político fundado numa visão afrocêntrica, em contraponto ao eurocentrismo. Ele aposta também na ficção científica para inserir a negritude em um contexto de tecnologia e projeções sobre o futuro. A vivência negra é então projetada em mundos que não são marcados pelo racismo e pela opressão. O termo foi cunhado em 1993, nos Estados Unidos, pelo crítico cultural Mark Dery, no ensaio “Black to the Future", em que entrevistou três intelectuais negros sobre o motivo de haver tão pouca ficção científica de autoria negra. Embora relativamente recente, e tendo chegado ao mainstream com o filme Pantera Negra em 2018, diversas produções culturais de décadas anteriores já utilizavam uma perspectiva afrofuturista. Alguns exemplos são o compositor Sun Ra, na década de 50, a escritora Octavia Butler na década de 70 e os próprios quadrinhos do Pantera Negra, da Marvel, nas décadas de 60 e 70. Mais do que uma corrente estética e cultural, e cada vez se difundindo mais, o afrofuturismo ganha força ao mostrar utopias possíveis para o povo preto, estabelecendo uma crítica à história do ponto de vista branco hegemônico. Para nos ajudar a entender os conceitos, significados, e a importância do movimento afrofuturista, vamos ter uma prosa com a escritora e podcaster, Morena Mariah, e com o também escritor e podcaster, Alê Santos.