Ele nasceu na Bahia.
Cresceu e ganhou muita fama no Rio de Janeiro
Foi para São Paulo e ganhou fama em todo o país
Ele não é de se prender a um único lugar
Tem entre seus destaques grandes estrelas negras e pessoas brancas
Começou pelo telefone
Mas agora passeia pela internet
E frequenta grupos de Whatsapp
É famoso no mundo inteiro
Tem uma filha chamada Bossa Nova
Que tirou dele muito de sua original batucada
Mas, cheia de Bossa
Também é uma das marcas registradas da cultura brasileira no mundo
Tem Rei, Tem Príncipe, Tem Rainha e Tem Madrinha
Mas todos sentam ao lado a lado de seus súditos para uma roda regada a cerveja
E uma boa feijoada
É um dom tão raro,
Que mesmo que você entre para uma escola para aprender
Nunca vai aprender a ser uma bamba de verdade
Gosta muito do Brasil
Mas, em 1997, foi passear em Marte para acordar um robozinho da Nasa
Não é ligado a nenhum partido
Mas, se fosse, seria sempre fiel ao partido alto
Pode ser tocado de maneira acelerada e lenta
Mas tem sua versão de breque
E ainda que muitos insistam em contrariar e fazer críticas
É - e sempre será - canção
Ele é psicólogo, braço amigo,
Conselheiro, cobertor,
Cura ressaca
Ajuda a encontrar
Ou esquecer um grande amor
Marca época e grandes momentos
Mas faz todo mundo perder a hora
De voltar para casa
Quando ele começa a tocar
Tem nome registrado em cartório e enciclopédias
Mas muitos o conhecem apenas por Zeca,
Jovelina, Martinho, Paulinho, Arlindo, Clementina, Fundo, Originais
É da Vila, É do Trabalhador
É de Nilópolis, É do Camisa
É da Barra Funda
É do Bexiga
É do Morro
É do estádio
É de qualquer lugar
É religião
Mas tem gente que jura que o tal diabo
Assume a cintura de seus fãs quando ele toca
Agoniza, mas…
Você sabe…
Nunca vai morrer!
É a voz do morro
Mas toca em festas de ricos, pobres e de classe média…
E talvez seja a nossa melhor tradução de felicidade
Talvez não… Ele é a felicidade!
É ele...
A voz do morro, ele mesmo
Sim, senhor!
