A quantidade de conhecimentos no campo da Biologia é muito grande e tende a aumentar cada vez mais; basta dizer que, a cada ano, são publicados mais de 400 mil artigos científicos sobre problemas biológicos. A chave para que um estudante iniciante, ou mesmo um biólogo experiente, não se confunda com tantos conhecimentos é estudar os grandes temas, que são aplicáveis em qualquer campo. Os grandes princípios da Biologia nunca deixarão de ser importantes; por exemplo, conhecer a estrutura e o funcionamento das células vivas é básico para a compreensão de muitos outros assuntos fundamentais. Quando estudamos os seres vivos, podemos fazer, de início, duas perguntas: “Como eles são constituídos? Como funcionam?”. Responder à primeira pergunta é o objetivo da Morfologia (do grego morpho, forma, e logos, estudo, ciência); responder à segunda é o objetivo da Fisiologia (do grego physio, natureza, no sentido de funcionamento). A Morfologia e a Fisiologia estão intimamente relacionadas. Não se pode entender completamente uma estrutura orgânica sem conhecer suas funções, nem entender completamente uma função orgânica sem conhecer as estruturas envolvidas. A Morfologia pode ser estudada em diversos níveis. Desvendar a estrutura macroscópica dos organismos é objetivo da Anatomia (do grego anatome, dissecação). Conhecer a estrutura microscópica dos seres vivos é o objetivo da Histologia (do grego hystos, tecido). Investigar as unidades fundamentais da vida (as células) é o objetivo da Citologia (do grego kitos, célula). Esses são os três principais ramos em que se subdivide a Morfologia. Um aspecto que chama nossa atenção é a enorme variedade de seres vivos existentes. O ramo da Biologia que se ocupa do estudo da diversidade biológica, ou biodiversidade, é a Sistemática. Em meio a essa variedade, notamos, entretanto, que muitos organismos apresentam características semelhantes. De acordo com o grau de semelhança, os seres vivos são classificados em grupos; o ramo da Biologia que se ocupa dessa classificação biológica é a Taxonomia (do grego taxis, ordem, e nomos, lei). Outras questões que a Biologia tenta responder referem-se ao crescimento e ao desenvolvimento dos seres vivos. Como é possível, a partir de uma única célula invisível a olho nu, desenvolver-se um ser tão complexo quanto uma pessoa? A embriologia (do grego embryon, embrião) tem como objetivo responder a essa questão. Uma das maus profundas questões em Biologia refere-se à capacidade dos seres vivos de produzirem descendentes que se parecem com os pais, geração após geração. Que tipo de mecanismo faz com que os filhos dos gatos sejam sempre gatos e que os descendentes de ervilhas sejam sempre ervilhas, e nunca feijões? Essas questões são objeto de investigação da Genética (do grego genéticos, que gera, procria). O conhecimento que temos atualmente sobre os seres vivos mostra-nos que nenhuma espécie vive isolada. Qualquer forma de vida interage, em maior ou menor grau, com outros seres vivos e também com o ambiente físico. As relações dos seres vivos entre si e com o ambiente constituem o objeto de estudo da Ecologia (do grego oikos, casa). O termo “casa”, nesse contexto, tem um sentido amplo, significando o ambiente em que vivemos. A vida na Terra tem uma história. Os seres vivos, desde o dia em que surgiram, vêm se modificando. Os biólogos tentam encontrar vestígios do passado (fósseis) para reconstituir a história da vida no planeta. O estudo da história da vida constitui a Paleontologia (do grego palaios, antigo, e ontos, ser). O mais importante conceito da Biologia é o de Evolução, segundo o qual todas as formas de vida atuais, inclusive nossa própria espécie, descendem de seres que viveram no passado. A evolução é um tema unificador, isto é, que une todos os campos da Biologia em torno das ideias da evolução biológica.