O voto plural é popular no exterior, principalmente entre companhias da nova economia. No Brasil, a proposta do IMK (Iniciativas de Mercado de Capitais), grupo formado por diversas entidades, entre elas a CVM e a B3, é que esse mecanismo, apelidado de “superON”, permita que as ações sejam listadas em duas classes diferentes: uma tradicional, com direito a um voto por papel (voto simples), e outra para fundadores, com direito a 10 votos por ação (voto plural). Atualmente, a adoção da superON é proibida no Brasil pelo artigo 110 da Lei das S.As., que veda a prática para qualquer classe de ações.
A mudança seria uma forma de incentivar empresas brasileiras a abrir capital no País em vez de buscarem mercados internacionais — esse foi o caso da XP Investimentos, que optou pela bolsa americana Nasdaq para realização do seu IPO.
Para discutir os riscos e os benefícios do voto plural, contamos com a presença de: Fábio Coelho, presidente da Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec) e Flavia Mouta, diretora de emissores da B3. Eles foram entrevistados por Sandra Guerra, sócia-diretora da Better Governance e uma das fundadoras do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).
O encontro aconteceu no dia 1 de fevereiro de 2021.