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Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra. (Mateus 5:5)

Bem vindo ao episódio 9 desta nossa série de meditações sobre o fruto do Espírito. Hoje vamos meditar sobre a mansidão.

Na literatura grega, o termo mansidão era às vezes usado para demonstrar uma preocupação fingida e hipócrita pelos outros, motivada pelo interesse próprio. Porém, Aristóteles, quem sabe numa aproximação com o Deus desconhecido para eles, deu uma definição um pouco diversa: mansidão seria o meio termo entre estar com muita raiva e nunca estar com raiva. Seria a qualidade do homem cuja raiva é tão controlada que ele está sempre com raiva na hora certa e nunca na hora errada. Seria o homem que nunca fica zangado com qualquer acusação pessoal que possa receber, mas que é capaz de sentir raiva justificada quando vê os outros serem injustiçados.

Para o cristão, assim como defendeu parcialmente Aristóteles, a mansidão leva ao entendimento e diferenciação entre o mal que é feito contra ele e o mal que é feito contra outros e contra Deus. No entanto, o que diferencia o entendimento cristão sobre mansidão do entendimento grego é que essa qualidade pode vir somente por uma inspiração do Espírito Santo, que direciona e capacita para agir de acordo com a vontade de Deus.

Em oposição àqueles que repelem calorosamente qualquer ataque, e cuja mão está sempre pronta para vingar ferimentos, o manso vive em paz, como prova da verdadeira grandeza da alma, de um coração grande demais para ser movido por pequenos insultos.

Mas vamos deixar bem claro que mansidão não significa ser saco de pancadas. O cristão deve viver na paz que a mansidão traz simplesmente por saber que é amado por Deus e por sentir esse amor. Além disso, por estar sendo guiado pelo Espírito Santo, o homem manso coloca sua mente no propósito de Deus e não em seu próprio conforto, ambição ou reputação. Deste modo, ele oferecerá resistência implacável ao mal em defesa de Deus, mas reagirá com paciência, bondade e gentileza quando outros o atacarem.

De acordo com Albert Barnes, Cristo era o próprio modelo de mansidão. Ninguém suportou mais injustiças, ou as suportou mais pacientemente do que ele, não pressionando seus direitos em bons ou maus momentos, nem limitando os direitos de outros para garantir seus próprios.

Em suma, o homem manso Consegue diferenciar sua luta, que não é contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os príncipes das trevas deste século.

A mansidão o leva a entender o que se passa por detrás das maldades recebidas, da cegueira, das influências e, por fim, o manso, numa resposta divinamente equilibrada, poderá apenas dizer: perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem.