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Hoje vamos aprender e meditar a respeito da segunda súplica: venha a nós o vosso Reino.

Desde que foi escrito o livro de Deuteronômio (8.14), cujo nome, de acordo com o Hebraico, significa "palavras ditas [por Moisés]", ou, segundo a Septuaginta "uma segunda lei", fica claro que Deus nunca quis colocar um rei para governar Israel, Ele gostaria que o povo continuasse O seguindo apenas. No entanto, já agindo conforme o mundo e os povos que o cercavam, Israel pediu um rei (conforme está escrito em 1 Samuel 8,20).

Deus, através das palavras de Moisés, já previa que o rei colocado não seria um bom governante, mas mesmo assim deu algumas regras para que sua vontade fosse cumprida.

O rei tinha que ser um homem apegado à Palavra de Deus. Tinha que (1) fazer uma cópia da lei para seu uso pessoal, (2) mantê-la à mão o tempo todo, (3) lê-la todos os dias e (4) obedecê-la completamente. Por meio deste processo aprenderia o respeito a Deus e como implementar Sua vontade na Terra. Seria um Rei Regente.

O povo hebreu se deixou levar pelo conceito humano de reino, que seria comida e bebida, guerra e conquistas, e não entendeu que o Reino de Deus é justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo. (Romanos 14:17) Quis um rei humano, não um rei celestial que aplicasse sua perfeita vontade.

Depois de Jesus ter sido batizado por João Batista e tentado no deserto pelo diabo, ele começou a pregar, e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus. A Bíblia conta que o povo, que estava assentado em trevas, Viu uma grande luz; aos que estavam assentados na região e sombra da morte, A luz raiou. (Mateus 4:16-17)

Com as pregações de João Batista e os ensinamentos de Jesus, então, a ideia de reino celestial é reapresentada. Ambos, ao anunciarem a chegada do Reino de Deus, começam dizendo: Arrependei-vos. Na tradução do grego, o verbo metanoéo, ligado ao substantivo metanoia, junta o sentido literal "mudar de mentalidade" ao sentido moral "arrepender-se". No cerne da palavra está o vocábulo nous (que significa mente): portanto, a essência da ideia é que primeiro haja  mudança mental, e depois o arrependimento é um sintoma.

Mais tarde Paulo também ensinaria que, para que pudéssemos experimentar a vontade de Deus, não poderíamos nos conformar com este mundo. Para isso, segundo Paulo, seria preciso passar por uma renovação do nosso entendimento.

Jesus usou a palavra reino por ser o conceito de governo conhecido à época. Porém, ao se ter um Deus - Pai como rei, o reino seria algo diferente daqueles conhecidos.

Seria um reino onde o Rei quer uma vida plena a seus súditos;

Onde o Rei quer que sua perfeita vontade seja conhecida, entendida e esteja sempre presente.

Onde o Rei não tenha súditos, mas sim filhos.

Filhos que compartilhem a mesma natureza de seu pai.

Filhos que se assemelhem cada vez mais com o caráter de Deus.

Filhos que vivam em conformidade com a natureza do Pai e com o seu reino.