Manobrando seu barco com um pau através dos canais pantanosos, Abdul faz seu caminho até uma cabana isolada feita de junco, suspensa sobre a água, onde sua família irá comer o peixe que ele pegou. Abdul é uma árabe dos pântanos, vivendo nos pântanos desertos do sul do Iraque, onde o Rio Tigre se une ao Eufrates. Sua cultura depende da água para a sobrevivência.
Há duas ramificações na fé islâmica: sunitas e xiitas. A grande maioria de muçulmanos pelo mundo são sunitas, mas no Iraque, os xiitas são maioria. Essa divisão tem sido fonte de conflito há tempos. Nos anos 1980 e 1990, a água dos pântanos foi desviada por autoridades muçulmanas sunitas com a intenção de destruir o meio de vida dos árabes do pântano, que são xiitas. Esforços recentes restauraram cerca de metade dos pântanos e em 2016, esse ecossistema raro com sua vida selvagem rara foi declarado um Patrimônio da Humanidade.
Os árabes dos pântanos são um povo em transição. Eles tinham uma população de 500 mil em 1970, mas muitos fugiram quando os pântanos foram drenados. Estima-se que 48 mil vivem aqui hoje, pescando, criando búfalos d ́ água e reconstruindo as tradicionais estruturas para encontros comunitários feitas de colunas de junco, conhecidas como mudhifs. Alguns se mudaram para as cidades pelo Iraque e no exterior e perderam as habilidades requeridas para viver nos pântanos. E alguns árabes dos pântanos estão voltando na expectativa de criarem um destino para o ecoturismo nessa terra que a tradição conta que já foi o Jardim do Éden.
Como podemos orar?