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CHEIO DE VAZIOS [ouça a declamação deste poema/reflexão no podcast A Inspiração e Eu no Spotify, Pocket Casts, Breaker, Google Poscasts ou RadioPublic]

Autor: Geovani G. Vilela

Estou cheio de derramar o que não me enche;

Estou farto desse alimento que não me sacia;

Estou enjoado desse líquido que não mata minha sede;

Estou saturado desse tempero que não me dá sabor;

Estou embriagado dessa civilização desumana e hostil;

Estou com os ouvidos doendo das suas orações e sermões;

Estou cansado de descansar na sombra da sua cultura;

Estou com os pés calejados de dançar essa dança viciada;

Estou cheio do vazio dos seus discursos, das suas promessas;

Estou ficando cego de olhar pelas lentes da sua mídia;

Estou sucumbindo lentamente pelas doses diárias de ilusão;

Estou em um suicídio lento e covarde por deixar-me à mercê dos outros;

Estou seguindo as pegadas deixadas por milhões e milhões;

Estou sendo como que mais um planeta engolido pelo buraco negro;

Estou decidido a não mais seguir essa estrada, esse caminho estreito;

Estou com um sentimento de perda irrecuperável no coração;

Estou me tocando que não posso abandonar-me por mais tempo;

Estou a fim de aventura, de nadar contra a maré, remar contra essas ondas;

Estou com vontade de potência, estou me assumindo, meu nome é Eu Sou!

Estou deixando este estado, no qual eu nunca deveria ter estado, mas estive;

Estou a fim de não sofrer, de não perder, de não morrer, de triunfalmente ser.

Estou a fim de abandonar esse jogo, retiro-me de campo, de concentração;

Estou despindo-me dessas fardas, abandonando essas armas e esses escudos;

Estou livre, me liberto dessa consciência implantada, retiro esse chip para ser livre.

Estou fora do seu controle autoridade, governo, chefe, líder, comandante...

Estou me sentindo, em mim agora funcionam todos os sentidos, pois livre estou, livre Soul!