Fruto do Realismo Mágico, A Casa dos Espíritos aborda a saga de uma família que entrelaça sua história com a de seu país. Na obra, Allende não fala em nenhuma das 380 páginas em qual localidade ocorre a história da família Valle-Trueba.
Mas nós sabemos em qual país acontecem os fatos mágicos dessa história fantástica. O mais curioso é que poderia ser em qualquer país do nosso continente, seja o Brasil, a Argentina, Uruguai ou o Chile.
No vídeo de hoje eu comento mais sobre a característica similar de todos esses países e seus golpes militares financiados pelos Estados Unidos, cujo o pano de fundo era frear uma suposta onda socialista soviética que não existia.
Mas, especialmente no caso chileno, o objetivo era frear a ascensão dos miseráveis, onde uma casta direitista pensava erroneamente que ao articular um golpe militar entre ricos e ianques, teria o poder devolvido pelos militares golpistas no dia seguinte.
Não teve! Nem lá, nem na Argentina, Uruguai, Peru, Colômbia e muito menos no Brasil. O que houve foi uma radicalização que também atingiu em cheio às elites que se viram diante de uma ditadura sem poder recorrer a ninguém.
Nesse sentido, abordo o contexto histórico da obra de Isabel Allende e como ela construiu um romance que está na mesma prateleira de A cidade e os Cachorros, de Vargas Llosa, e de Cem anos de solidão, de García Márquez.
E lembro um poema famoso para dizer: aqueles que evocam regimes autoritários também serão censurados.
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