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"Aonde eu moro, em São Bernardo, eles estavam testando todas as grávidas e ai eles me chamaram por um acaso, porque eu tava na lista fazendo pré-natal. E aí eu fui - não tava sentindo nada e fui fazer. E aí isso foi uma sexta-feira, quando foi na segunda-feira me ligaram e falaram que tinha dado positivo. E eu já tava com uma dor de cabeça, só que eu acreditava que era por conta da gravidez, porque grávida sente dor de cabeça, sente mal-estar. E eu tava com 5 meses de gravidez, e aí a minha pressão arterial subiu muito por conta do covid. Na verdade assim né, o médico - como a doença era nova, ele não sabe muito bem se era por isso, mas já tinha outros casos também de grávidas que também aconteceram a mesma coisa. Então ele deduziu que podia ser o covid. E ai eu fiquei sendo… Fiquei tratando como uma gravidez de alto risco, por conta da pressão e por conta do covid, mas eu fiquei com sintomas muito leves, só tive dor de cabeça assim uns três dias.  (...) Foi bem assim… angustiante, sabe? Porque que nem eu falei, ninguém sabia. Não é uma coisa assim 'ah eu tenho isso aqui, então eu sei que eu vou ter né, vou sentir isso e posso sentir aquilo e vou ter que ir pro hospital' Não, ninguém sabia o que eu poderia sentir. 'Ah, senti alguma coisa. Será que é do covid? Será que é da gravidez?'. Até mesmo da gravidez, porque eu não sabia muita coisa. Nunca fui mãe. Então juntou várias inseguranças ao mesmo tempo né. O medo da gravidez e o medo do covid. Então foi bem tenso".

TALITA CARVALHO, 31 anos, em conversa no dia 9 de junho de 2021.

Transcrição da conversa: https://saopauloisolada.com.br/2021/08/06/ninguem-sabia-o-que-eu-poderia-sentir/