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"Acho que acima de tudo nós precisamos nos permitir imaginar possibilidades de Brasis possíveis pra gente, sabe? Que seja preto, que seja indígena, que seja a diáspora, que seja o reconhecimento das nossas identidades. Que a gente possa recuperar nossas identidades, pensar nas heranças que vieram de África e abraçar isso. Trazer isso de volta com orgulho e verdade, porque isso faz parte dos nossos povos, dos nossos hábitos, das nossas vivências. E nós temos tantas nações indígenas Pataxó, Guajajara, Xacriabá, Xavante, Guarani, sabe? Quantas dessas nações nós estudamos ou ouvimos falar sequer durante nosso período de escola? E nós estamos aqui transitando para cima e para baixo em território que foi desses povos e nem sequer vemos uma estátua. Vias de fato o que nós vemos são estátuas de bandeirantes, que saíram em verdadeiras cruzadas pelo interior do nosso país para conquistar o território, mas que passou por cima arrasando populações inteiras. Todo esse Brasil imenso que nós vivemos hoje foi construído com base no derramamento de povos indígenas e do sangue dos povos pretos, sabe? E esses povos que deram sua força de trabalho para a gente conseguir chegar onde nós chegamos agora".

AMAIYE, 29 anos, em conversa no dia 16 de junho de 2021.

Transcrição da conversa: https://saopauloisolada.com.br/2021/08/20/que-a-gente-possa-recuperar-nossas-identidades/