O presidente Lula já tentou discutir a necessária regulação das mídias no país em outro momento à frente da Presidência da República, mas refugou diante da pressão das grandes empresas de comunicação, que atacavam até a regulação na Argentina, sem qualquer relação com o Brasil.
Hoje, é possível que todos os atores envolvidos naquela discussão estejam arrependidos. O panorama é outro, e quem controla a circulação de informações não está nas mídias tradicionais. Sem regulação, as empresas controladoras das redes sociais digitais deixam crimes correndo soltos, como discursos de ódio e desinformação.
Além da falta de controle sobre o conteúdo que circula nas redes, há também um véu em torno das métricas e entrega que protege as empresas. A ausência de informações confiáveis a respeito do volume de tráfego põe em suspeição a veracidade dos dados, pois não existe auditagem externa. Quem controla o algoritmo é o dono e fica por isso mesmo. Quantos robôs interferem nos resultados? Ninguém sabe, ninguém viu.
Justamente pela falta de confiabilidade, chamou atenção o recuo do Governo Lula sobre a polêmica da taxação dos importados, política que hoje é brecha para o contrabando. Lula em tese ouviu a opinião pública, porém com base em dados que não são necessariamente gerados por pessoas, mas impulsionados também por interesses que estão fora do controle e do interesse social.
No episódio 64 do Podcast 40 Graus, Anderson Pires e Felipe Gesteira abordam os refugos do Governo Lula e os perigos da falta de regulação das mídias no Brasil.