viver ainda acaba sendo andar em corda bamba para mim. tento me equilibrar, tento encontrar o amar em lugares que não tenho mais como ficar. prendo o ar na esperança de conseguir carregar todo o peso do meu coração. pesa, pesa muito. e eu ando presa nesse caminhar que parece não ter lugar para chegar. vou de ponta a ponta, mas não te acho. não estou pronta, amor, para despedidas. estou perdida entre descompassos do coração, e, de repente, um passo em falso. caio. tenho que recomeçar, mas não encontro mais forças para me levantar. me encolho, fecho os olhos, me sinto pequenina tamanha grandezas de minhas dores. elas estão bem maiores do que da última vez que as vi, tomaram formas, ocuparam todo lugar de mim. tento encontrar flor, mas não importa por onde eu for, não sinto o cheiro dela, não vejo nenhum florescer. crescer é difícil demais quando não se tem o sol para aquecer, para nascer em mim alguma esperança de que dias melhores virão. continuo nessa ida em vão.
não reconheço mais o seu rosto, a sua voz, e os seus olhos, eu não consigo mais ler.
para onde foram os resquícios da gente, amor? eu vivo nesse convívio comigo mesma, e um dia disseram, onde não há amor, não demore, e agora? se eu só tenho a mim, como irei fugir de mim mesma?