é como se tu fosses
a última coisa que jurei
que me envolveria em um
abraço.
sua alma, ali,
juntinha com a minha
e, então,
eu não ousaria
em pensar em
me afastar deste tipo de toque
que me dá aquela pequena
sensação de pertencer.
nunca pertenci a algum lugar,
a algum alguém.
mas, querido,
venha e me abrace outra vez
desse jeitinho todo afável teu
porque é como se tu fosses
a última coisa que jurei,
neste mundo tão ainda cheio
de jardins a serem cuidados
e flores a cheirarem a amor puro,
que me envolveria em um abraço.
e que, mesmo com aquela pequena
sensação de pertencer se fazendo
de flores e se enroscando
entre minha caixa torácica,
querido, minha alma nunca
se apaixonara assim e
se sentira tão pertencida.
tão florida.
florimos juntos e nem mesmo estamos
em plena primavera.
mas é que, ali,
sua alma juntinha com a minha,
nossos corações não prontos para
despedidas e seus fios macios de cabelo
a provocarem cosquinhas no meu ouvido,
florimos.
e sei que é mais você,
porém, somos jardins
e nunca fui tão cuidada
e senti tanto cheiro de amor,
de mais pura arte que vinha
de suas flores a nos enrolar
e a nos prender ainda mais
naquele abraço.