Na sociedade do excesso de produtos e informações, tudo pode ser banalizado, inclusive as pessoas e as relações. Diante da suposta necessidade de ter sempre uma opinião pronta sobre tudo ou de participar de toda e qualquer tendência virtual: qual é o espaço dado ao atemporal, àquilo que subsiste ao tempo, àquilo que se solidifica na reflexão e na dúvida? O atemporal é representado pelos dramas amorosos de Orfeu e Eurídice, pelos "Sofrimentos do Jovem Werther", pela vingança do capitão Ahab contra Moby Dick, dentre outros exemplos. O atemporal é o fruto maior da capacidade reflexiva do ser humano, um atributo que parece perder mais espaço conforme mais recebemos informações e conforme mais exigimos uma finalidade e um sentido claro e objetivo pelo qual devemos fazer, ser ou viver. De Sócrates a Goethe e Melville, venha comigo para mais uma pilha de louças!