Amados irmãos, nesse série de mensagens na Carta de Paulo aos Gálatas, temos visto que esta carta trata de uma divisão social e racial nas igrejas da Galácia. Os primeiros cristãos de Jerusalém eram judeus, mas, à medida que o evangelho foi se disseminando a partir desse centro, quantidades crescentes de gentios começaram a receber a Cristo. Contudo, um grupo de mestres gálatas estava agora insistindo em que os cristãos gentios deveriam praticar todos os costumes cerimoniais tradicionais da lei de Moisés, como faziam os cristãos judeus. Ao insistir em “Cristo e algo mais” como requisito para a plena aceitação por parte de Deus, os mestres estavam apresentando um modo todo diferente de se relacionar com Deus (“outro evangelho”, Gl 1.6), em relação àquele que Paulo lhes transmitira (“um evangelho diferente do que já vos pregamos”, Gl 1.8). Por que Paulo lutou contra o “outro evangelho” de maneira enérgica? Pois abrir mão do verdadeiro evangelho é abandonar e perder o próprio Cristo (Gl 1.6). Nesses versos iniciais do capítulo 2 vemos o relato de Paulo de sua segunda viagem a Jerusalém catorze anos depois da sua conversão (Gl 1.15). Ele foi movido por uma revelação, talvez a profecia de Ágabo (At 11.27-30) e lá ele expôs o evangelho que pregava aos líderes da Igreja em Jerusalém. Paulo não perguntou aos apóstolos o que deveria pregar, porque o evangelho que recebeu veio pela revelação de Jesus Cristo. A questão que devemos perguntar é: qual foi a razão dessa visita? Vejam a resposta de Paulo em Gl 2.2 – “para, de algum modo, não correr ou ter corrido em vão”. A grande ideia dessa passagem é que Paulo queria que os líderes da Igreja concordassem que a circuncisão não era necessária para os crentes, a fim de que os falsos mestres não pudessem forçar a circuncisão sobre os convertidos gentios e destruir o seu ministério. A luta era pela unidade do evangelho.