Pense em Deus. Pensou? Se você pensou em uma figura masculina, barbuda, branca e toda imperiosa, parabéns você está hegemonizade. Ou seja, o discurso hegemônico do que é Deus te pegou. Claro, você não está errado ou errada ou errade, contudo, tenha certeza que a ideia de um ser superior, patriarcal que assume o nome do pai não vem à toa e deixa de lado muito da sexualidade humana. Ora, jovem, nenhuma ideia humana vem sem uma certa concepção cultural de certo e errado - um discurso sobre a verdade.
Isso não muda com os ícones , os dogmas e os preceitos religiosos. A Bíblia, por exemplo, escrita há mais de 4 mil anos, teve diferentes leituras ao longo do percurso histórico; se antes, o velho testamento tinha mais peso para a religião católica, hoje quem tem um valor maior é o novo testamento. O que um católico percebe da Bíblia também varia em relação a alguém evangélico. O que fica, contudo, é que todes possam expressar suas interpretações e rezar para aquele,aquela,aquelu a quem achar melhor.
O problema ocorre quando certas compreensões teológicas, do que se é Deus, do que é religiosidade, cerceiam certas sexualidades, identidades de gênero e modos de vida. Aí fica difícil ser hegemônico, afinal, notamos cada dia mais a pluralidade de diferentes vidas humanas.
Nesse sentido, uma das teologias que tenta dar conta de um módulo mais plural de religião, amarrando gênero, religiosidade e sexualidade é a Teologia Indecente, desenvolvida por diferentes teólogos com destaque para a argentina Marcella Althus-Reid. Para falar um pouco sobre esse modelo brabo de teologia, chamamos Ana Ester, mestre e doutora em Ciências da Religião e que atua profissionalmente como palestrante e consultora sobre espiritualidade e sexualidade, principalmente, nas questões entre cristianismo e diversidade sexual e de gênero.
SEGUEEE AS REF:
Artigo de Ana Ester Pádua Freire Perversão teológica: notas sobre a Teologia Indecente de Marcella Althaus-Reid
link: https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/37042
Artigo de Ana Ester Profanando a religião: espiritualidade do cuidado e LGBTI+
link: https://revistasenso.com.br/sem-categoria/profanando-a-religiao-espiritualidade-do-cuidado-e-lgbti/
Artigo de André Sidnei Musskopf Quando sexo, gênero e sexualidade se encontram: reflexões sobre as pesquisas de gênero e sua relação com a Teoria Queer a partir da teologia
link: https://revistas.unisinos.br/index.php/historia/article/view/6428
Artigo de André Musskopf e Ana Ester Teologia queer: O necessário indecentamento da teologia
link: https://revistasenso.com.br/zrs-edicao-17/teologia-queer-o-necessario-indecentamento-da-teologia/
Por aqui o trabalho é feito com uma equipe maravilhosa. Conheça mais sobre ela!
Coordenação: Larissa Pelúcio (UNESP) e Anna Uziel (UERJ)
Equipe de mídias, conteúdos e vozes do podcast: Paulo Borges Freitas Neto, Giovanna Dias Santana, Igor Haruo Terassaka Hirao, Laura Botosso, Ander Haruo Kimoto De Almeida, Bruno Tarossi, Luiz Fernando Wlian, Lina Emy Tei Kadomoto, Laiz Helena Borges, Luiza Lisboa, João Vitor Andrade.
Equipe Técnica: Guilherme Contini (coordenador), Felipe Bulim, Taíla Valéo, Luis Miguel