Ana Rita de Calazans Perine (filósofa clínica, cofundadora do Instituto ORIOR- Resgate Filosófico, Transdisciplinaridade e Sustentabilidade) recebe Márcio José Andrade da Silva (filósofo clínico, professor, editor da Revista Partilhas, coordenador do Instituto Mineiro de Filosofia Clínica e Recanto da Filosofia Clínica, vice-presidente da Associação Nacional de Filósofos Clínicos / ANFIC), em um diálogo sobre a Educação, em meio a celebrações do centenário de Paulo Freire.
Instituto Mineiro de Filosofia Clínica - IMFIC: imfic.org
Recanto da Filosofia Clínica: recantodafilosofiaclinica.com.br
Livros ("Filosofia Clínica e Cinema", "Submodos" e "Tópicos"), podem ser adquiridos em:recantodafilosofiaclinica.com.br/loja
Revista Partilhas:revistapartilhas.org
Tese: NARRATIVAS, CRIAÇÃO, LUTA E RESISTÊNCIA: A presença da pedagogia freireana nos cotidianos escolares
educacao.uniso.br/producao-discente/teses/Teses_2020/marcio-jose-andrade-da-silva.pdf
Vídeo encerramento defesa tese: youtube.com/watch?v=4knWc5T8m2c
Texto Introdutório:
"Tratar do tema Educação como “educere” (revelar, expor, tirar de dentro), capacita o ser humano não só a se expressar como a criticamente ler o mundo e a si próprio, segundo as representações que carrega e absorve. Entre seus máximos representantes, o brasileiro mais homenageado da história, patrono da Educação Brasileira, Paulo Freire, cujo centenário tem sido celebrado no Brasil e no Exterior.
Enfatizando que se movia como educador porque primeiro se movia como gente, o pensador influenciou o movimento da pedagogia crítica, defendendo que o educando cria o próprio caminho de sua educação, dita o rumo de seu aprendizado. A proposta: uma educação libertária, voltada para autonomia, diálogo e conscientização do sujeito.
Convém resgatar que na Antiguidade os centros de ensino eram espaços para reflexão e debate. Como em Atenas: a Academia de Platão e o Liceu de Aristóteles.
A Civilização Romana consolida o binômio professor-aluno, em um modelo educacional reservado as elites, que equilibrava saber, arte e exercício físico.
Na Idade Média, período de nascimento das primeiras universidades e das escolas municipais para órfãos, os centros de cultura estavam fortemente ligados à igreja.
A partir do Iluminismo, século XVIII, surge a educação pública gratuita e obrigatória. Como instituição regulamentada pelo Estado se desenvolve ao longo do século XIX, junto com a expansão capitalista. O que fortalece a crítica de que a Educação se preocupa bem mais em fornecer mão de obra para demandas do mercado do que em desenvolver o ser humano a partir de suas singularidades.
Antes o caminho profissional da maioria da população parecia ter rumo certo: fábricas e comércio. Para esses o sentido da existência não só se atrelava a manutenção da vida enquanto sobrevivência, como a ela se restringia.
Agora, considerando-se que o universo de possibilidades possa ter sido ampliado, algo a ser analisado dentre a realidade de tantos brasis que cabem em um só, quais interesses justificariam a redução do olhar para a e por parte da Educação..."
(Ana Rita de Calazans Perine)