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E aí, galera! Cá estamos mais uma vez, agora trazendo o sexto episódio do nosso Podcast, com esse tema que se articula não apenas com a contemporaneidade, mas ao longo de toda a história da humanidade. Para a psicanálise, a política do feminino é a política da alteridade, da diferença, da lógica da falta, e, como sabemos, desejamos porque algo nos falta. Uma vez que o corpo para a psicanálise é um amontoado de significantes e um significante não diz tudo, estamos falando de uma lógica não-toda, subversiva em nossa cultura. É condição humana diferenciar-se da representação de um todo. Há algo de irrepresentável, o que pode ser tomado como aterrorizante e, portanto, alvo de exclusão e repúdio ao menor indício, a exemplo da violência dirigida aos variados modos de expressão da sexualidade, a objetalização e controle do corpo da mulher, do repúdio ao feminino enquanto articulado ao saber que desafia a ideia de patriarcado, etc. Nós aqui do papo salientamos que a mulher é representada menos por uma costela do que como a própria origem do mundo, como aponta a obra de Gustave Coubert, comentada por Lacan. A alteridade incomoda, pois representa algo que "não sei o que é", uma estranheza que traz consigo algo que é familiar a todos, justamente este saber de que algo escapa à representação. Não esqueçamos de a própria psicanálise veio da expressão de corpos de mulheres, corpos que contavam histórias. Ao invés de jogá-las na fogueira como nos tempos da inquisição, Freud sustentou que havia uma verdade sendo dita, um saber como expressão do inconsciente. A verdade é um semi-dizer! Vamos bater um papo sobre isso? Afinal, como a Camila diz: "O feminino é aquilo que incomoda, mas é aquilo que invoca, evoca e convoca".