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A educação pública no Brasil, em alguns aspectos tem se configurado como instrumento excludente para a maioria dos estudantes terem acesso a um futuro digno construído a partir da sua trajetória escolar. Trazendo a necessidade de se pensar em estratégias, para melhorar a qualidade da oferta do serviço, visando garantir oportunidades de uma boa aprendizagem a todos sem distinção. Além disso na sociedade atual percebe-se que as classes tem sido organizadas de forma mista compostas por alunos com e sem deficiência, questão que precisa ser observada com cautela para que não fique ninguém de fora de qualquer que seja o planejamento.
Referente a esse momento de pandemia, a criação de estratégias para garantir o acesso e permanência da aprendizagem dos estudantes em qualquer que seja o ambiente, é importante pontuar que não tem como pensar em todos de forma generalizada, pois existem as particularidades que precisam ser respeitadas. Isso porque alguns estudantes com deficiência necessitam de adaptações nas atividades ou material de apoio. Além disso é necessário avaliar as possibilidades de acesso as propostas para estudos realizados em casa, por exemplo, o meio utilizado para a disponibilização dos recursos deve ser acessível para que a maioria possa ser contemplada. Assim os estudantes com deficiência terão seus direitos de aprendizagem garantidos, mesmo nesse momento tão difícil em que toda a sociedade tem vivido, isso porque estarão sendo observados como estudantes iguais a quaisquer outros, mas com necessidades especificas.
Desse modo a relação entre o segmento da pessoa com deficiência e aqueles que irão buscar formas de favorecer as necessidades básicas da PCD na educação, serão fundamentais para que ocorram planejamentos específicos e palpáveis. Aqui não está sendo posto que a pessoa com deficiência exige privilégios, mas sim respeito as suas necessidades. A isso reconhecendo a fraqueza das instituições responsáveis por garantir educação de qualidade a todos por terem as suas limitações, vê-se aqui um ponto que vale a pena destacar. Este é um déficit, que devemos reconhecer que está para além da educação especial, contudo para as PCD se acentua mais ainda com a pandemia, nesse sentido é interessante aliás pontuar a necessidade de pensar na educação pós pandemia, pois o que antes era difícil de lidar para alguns, no novo normal será mais complicado ainda. Pois imagine, por exemplo, como serão feitas as orientações a uma pessoa surda que utiliza como recurso comunicacional a leitura labial diante de alguém de máscara, pessoas com deficiência intelectual utilizando máscaras de maneira que não venha a se contaminar e nem contaminar o cuidador e as pessoas com deficiência física bem como as cegas que usam frequentemente as mãos para se locomover nas cadeiras de rodas ou manusear as bengalas. As mudanças necessárias podem ocorrer caso haja um trabalho realizado em rede, por exemplo, buscando o apoio dos responsáveis, instituições, conselhos e grupos organizados que trabalham para garantir um resultado satisfatório.
Na perspectiva de que seja garantida uma proposta de qualidade para a manutenção dos estudos das pessoas com deficiência, nesse período de pandemia. O governo precisará estabelecer pontes que possam colaborar para a criação de estratégias que irão servir de norte para resolver algumas questões. Junto a isso as pessoas com deficiência e também responsáveis deverão estar atentos para contribuir de forma efetiva na aprendizagem, visando um bom alinhamento entre as partes envolvidas.