Nos anos de 1960 existiam vários trios com a formação piano-baixo-bateria. O Zimbo Trio foi o primeiro a fazer somente música instrumental. Uma clara influência do jazz norte-americano.
Mas o trio brasileiro passou a fazer “um som pra frente”, passando a ser considerado modelo de como tocar e fazer música instrumental brasileira com esta formação, influenciando instrumentistas e grupos musicais desde então.
E o que começou nos anos 60 se desenvolveu e aprimorou até os dias de hoje, pois o Zimbo Trio tem sido referência para novas propostas musicais que envolvem o samba-jazz, estilo em que o grupo se notabilizou, caracterizando a sua marca sob o ponto de vista de arranjo e concepção musical.
Quando o Zimbo Trio se reuniu já tinha uma proposta musical que manteve inalterada até hoje: um grupo instrumental que sobe ao palco e deixa de fazer “fundo musical de convés”. Eles queriam ser músicos dentro do seu próprio país, pois o som instrumental ainda era um espaço não conquistado e o trio estava ali, não teimosamente, mas naturalmente, com um propósito que queriam inaugurar, inovar.
Um exemplo de preparação e esclarecimento por utilizar desusadas fórmulas harmônicas, novos acentos rítmicos, espírito de equipe sem vedetismo com respeito mútuo, capazes de realizar coisas ilimitadas utilizando uma mesma linguagem musical num diálogo eloqüente, variado, que jamais cai na rotina com arranjos atualizados, com a impressão de estar ouvindo velhos standards do cancioneiro popular brasileiro.
O ÁGUA DE BEBER, um gole de jazz, bossa nova e outros sons de hoje, ouvirá o primeiro disco do Zimbo Trio. O LP Zimbo Trio, Volume 1, lançado pela gravadora RGE, em 1964.
Boa audição!
