Menestrel, na Idade Média, era o poeta e bardo cujo desempenho lírico referia-se a histórias de lugares distantes ou sobre eventos históricos reais ou imaginários.
Compositor de mãos cheias, Chico Buarque é uma espécie de menestrel da MPB. Criador desde canções de amor a composições engajadas que teciam duras críticas à ditadura militar tem uma longa carreira musical que vem desde os anos 60.
O papel dele na literatura, na música e na política brasileira é incontestável. Entender sua trajetória foi uma forma de descobrir mais sobre o Brasil, e, claro, sobre música. A vida de Chico passa pela construção da música popular brasileira ao lado das tentativas de mudanças políticas.
Seu gosto pelo samba tomou forma graças ao músico Noel Rosa.
Além de ser apaixonado pelos sambas tradicionais de Noel Rosa, Ismael Silva e Ataulfo Alves, Chico também ouvia canções estrangeiras. Entre os seus preferidos, estavam o belga Jacques Brel e os norte-americanos, Elvis Presley, e o grupo The Platters. Mas, foi o disco Chega de Saudade, de João Gilberto, o responsável por despertar o seu amor pela música e, por consequência, pela Bossa Nova.
Ainda que Chico Buarque não seja uma expressão da Bossa Nova propriamente dita, ele esteve envolvido com toda a efervescência ao longo dos anos 60 onde floresceu esse gênero musical.
O rico universo dos personagens buarqueano de mulheres, malandros, sambistas, despossuídos, operários, crianças de rua, lésbicas, gente comum, apaixonados, segue nos mostrando que a arte é capaz de fazer o seu papel crítico e Francisco Buarque de Hollanda tem conseguido captar com fidelidade e delicadeza a alma do brasileiro e do país em que vivemos.
Então hoje, o ÁGUA DE BEBER, um gole de jazz, bossa nova e outros sons hoje, no aniversário de Chico Buarque, traz uma pequena mostra das canções mais significativas desse compositor, cantor, escritor e grande ativista das causas populares.
Feliz aniversário Chico!