O mês de dezembro ganha a cor vermelha em virtude do dia mundial de luta contra a AIDS. A doença, causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana, popularmente conhecido pela sigla HIV, enfraquece o sistema imunológico do organismo atacando células de defesa responsáveis por combater rotineiramente bactérias, vírus e demais micróbios que entram em contato com o corpo humano – tornando-o, assim, vulnerável frente às enfermidades oportunistas que certamente surgirão, seja um resfriado ou até mesmo um câncer.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que, até o fim de 2019, o índice de infectados pelo HIV no mundo era de 38 milhões de pessoas – dos quais 7,1 milhões não sabiam que viviam com o vírus. No Brasil, o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) registrou, entre 2007 e junho de 2019, mais de 300 mil casos de infecção – entretanto, tal notificação passou a ser obrigatória apenas a partir de 2014, fator que impede uma análise epidemiológica mais precisa.
Para nos ajudar a entender esse cenário e desmistificar os principais tabus sobre a AIDS, entrevistamos a Drª. Ana Cristina Gales (CRM/SP 73842), graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina do ABC, em Santo André-SP, com mestrado e doutorado em Infectologia pela UNIFESP/Escola Paulista de Medicina, onde atua como Professora Adjunta e Coordenadora do Curso de Pós-Graduação em Infectologia.