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Um dos momentos mais controversos da vida acadêmica é o momento da aposentadoria. Esse momento é controverso não por conta de aspectos legais ou trabalhistas, mas por conta da forma com que cada pessoa vê a chegada da aposentadoria em sua vida. Embora a aposentadoria seja importante na vida de qualquer pessoa, na vida acadêmica esse momento costuma chegar quando o indivíduo se encontra no ápice da vida profissional.

Numa trajetória comum, o acadêmico é contratado por volta dos 30 anos, depois da graduação, mestrado, doutorado e frequentemente um período de pós-doutoramento, quando se prepara para o ingresso formal na carreira. Assim, a opção da aposentadoria costuma chegar entre 60 e 65 anos, quando o pesquisador goza de perfeitas condições físicas e mentais para exercer o trabalho, exerce cargos de representação e uma certa liderança em sua área de atuação. Além disso, o trabalho acadêmico se beneficia muito do acúmulo de conhecimento e do aprimoramento das ideias, de maneira que nessa idade o pesquisador costuma ser muito produtivo, embora vários estudos mostrem que o período mais criativo da vida do pesquisador costume ocorrer por volta dos 30 anos, quando o pesquisador está na outra ponta e inicia a trajetória acadêmica formal.

Deve ser também dito que a aposentadoria costuma acabar também com muitas prerrogativas formais do pesquisador, como solicitar fomento, exercer cargos de representação e participar de atividades acadêmicas formais (como dar aulas). Por isso, toda essa combinação de fatores faz com que muitos adiem o momento da aposentadoria o máximo que podem, até a chegada da aposentadoria compulsória, aos 75 anos de idade. Mesmo assim, esse momento costuma chegar com algum sofrimento para muitos, em particular se não cultivam outros interesses, pois as instituições acadêmicas usualmente não preparam os docentes e pesquisadores para esse momento importante de suas vidas. Dessa forma, é comum que os acadêmicos continuem atuando profissionalmente após esse momento, como participantes de projetos de pesquisa, redação de livros e artigos científicos, dentre outras atividades.

Enfim, para alguns acadêmicos, o momento da aposentadoria nunca chega. E isso não é necessariamente bom para o indivíduo, para a família do indivíduo ou para o grupo em que trabalha, se essa ação prejudicar a necessária renovação de pessoas e ideias do grupo. Por tudo, pense nesse momento, por mais longe que pareça estar, porque a opção da aposentadoria chegará para todos e você precisa lidar de forma saudável com essa escolha.

https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/revista/2019/04/29/interna_revista_correio,752190/em-que-fase-da-vida-somos-mais-criativos.shtml

https://www.uai.com.br/app/noticia/saude/2019/06/08/noticias-saude,247226/estudo-mostra-que-e-possivel-atingir-auge-criativo-depois-dos-50-anos.shtml

https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/04/30/picos-de-criatividade-acontecem-aos-20-e-aos-50-anos-diz-estudo.ghtml

https://propessoas.ufg.br/p/26504-aposentadoria-compulsoria#:~:text=Defini%C3%A7%C3%A3o%3A,para%20perman%C3%AAncia%20no%20servi%C3%A7o%20p%C3%BAblico.