“Contar a história do futebol feminino brasileiro é mais do que lembrar gols, vitórias, derrotas, lances marcantes e seus personagens. É falar sobre resistência, descaso e barreiras quebradas. É lembrar períodos de proibição, preconceito e amadorismo. É impossível contar essa história sem falar da maior de todos os tempos, da única jogadora eleita seis vezes a melhor do mundo: a Rainha Marta.
As primeiras referências de partidas de futebol disputadas por mulheres surgiram nos anos 20. Os registros de jornais mostram a prática, ainda de forma muito tímida, no Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Norte.
Pode parecer piada, mas o circo traz algumas das primeiras referências do uso das palavras "futebol feminino". Era
tratado como uma performance, um show. Não uma partida.
Até a década de 40, o futebol entre mulheres era longe de clubes ou grandes ligas. O que se sabia era de prática em periferias. Não há registros de uma seleção. Apesar de ainda não ser proibida, a modalidade era considerada violenta e ideal apenas para homens.
A primeira proibição ocorreu (1941) através de um processo de regulamentação do esporte no Brasil.
Apenas no fim da década de 70 foi revogada a lei que proibia as mulheres de jogarem futebol. E o início de uma nova jornada para a modalidade entre as mulheres.
1991 É o ano da primeira Copa do Mundo Fifa de Futebol Feminino.
Apesar de ter conquistado parcialmente seu papel na sociedade, a mulher ainda exerce funções secundárias na mídia
esportiva. O discurso sexista existente na sociedade atual estabelece que profissões dominadas por homens não devam ser ofertadas para o sexo feminino. No jornalismo esportivo as mulheres atuantes sofrem diariamente com o preconceito de gênero, a desaprovação profissional e o assédio. A desigualdade nesse meio é claramente notável pela quantidade de
mulheres equiparada aos homens que trabalham na imprensa esportiva, o número é nitidamente muito menor. Além disso, a competência feminina é questionada diariamente pelo público que julga que o sexo biológico define
compreensão de um tema. É importante destacar também como a mulher não ocupa papel de destaque na mídia esportiva, pois ainda é incomum que mulheres narrem e comentem jogos. Dessa forma, é possível concluir que mesmo com maior participação das mulheres no telejornalismo esportivo a equidade de gênero está longe de ser alcançada, pois o espaço que as mulheres ocupam em canais da TV aberta e fechada ainda é limitado quando se trata da cobertura e dos
debates esportivos.”