15/02/23
Quebrado e Abatido (sabhar e daka)
O Senhor está perto dos que têm o coração quebrantado e salva os de espírito abatido.
Salmos 34:18
Ninguém gosta de ficar quebrado e abatido, por isso poucos se dispõem a permanecer perto de Deus (e isso significa muita coisa), porque perto Dele nossos corações são quebrados, derrubados, feridos, rasgados, despedaçados, de tal forma que acontece uma ruptura dos desejos, do orgulho e da soberba. Essa experiência de ser quebrado vem acompanhada de uma contrição do nosso espírito, porque Deus não é algo apenas emocional ou racional, Ele mexe com nossa estrutura mais essencial, o nosso espírito. Nosso fôlego de vida precisa ser reduzido ao máximo, somente assim tudo o que é transitório e efêmero é levado ao pó, restando apenas o mesmo espírito colocado por Deus em nossa carne. O sabhar e o daka são quase sinônimos, talvez uma diferença esteja na ideia de que o sabhar é o quebrar do coração, enquanto que o daka é o reduzir, restaurar ao espírito a essência, originalidade e autenticidade.
Sem essa experiência nossas orações, cultos e obras operam em função de corações altivos e espíritos ambiciosos. Provavelmente, nem estejamos falando com Deus, adorando e o servindo, porque o centro é o nosso próprio estomago e ego. Por isso, a proximidade de Deus é sempre uma crise constante porque todos os dias meu coração precisa ser despedaçado e meu espírito reduzido. Alguns chamariam isso de crise existencial, outros de trauma psicológico produzido pela culpa, decepções, etc. Na verdade, é bem mais simples do que gostaríamos que fosse, é apenas Deus colocando em equilíbrio nossa alma (o ser como todo). Por isso, é tão difícil reconhecer nossa condição, porque o coração engana e o espírito humano ambiciona. Quantas vezes, não reconhecemos nossos pecados, mesmo com nossos ossos definhando? Isso é o coração nos convencendo a manter nossos desejos e o espírito que ainda acredita no papinho de ser igual a Deus e conhecer o bem e o mal. Como lidar com essa realidade? Arrependimento e Fé no Cristo que nos abre para ser em Deus e não mais em nós mesmos.
