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4. O Desânimo (Ekkakeo)
II Co.4:16-18

Quando o problema é dentro, qualquer coisa venha de fora para dentro (ek) traz coisas ruins. Nosso desânimo não é causado pelas coisas que nos frustram, mas pela frustração; nem pela coisas que fazem conosco, mas pela forma que lidamos com elas; muito menos pela falta de reconhecimento dos outros, mas pela motivação corrompida dentro de nós. O não desanimar, ou não desfalecer que Paulo está falando é o ouk enkakoumen que significa não deixar que algo entre de fora e cause coisas ruins (kakos) em nosso interior. Então, Paulo não está simplesmente nos dizendo que “não desanimamos”, ele está mostrando que nas nossas vidas não entram kakos.

Então precisamos isolar nosso interior do mundo? Não é isso. Na verdade, é preciso viver tendo a dimensão de que:
• “Embora exteriormente estejamos a desgastar-nos, interiormente estamos sendo renovados dia após dia;”
• “os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles.”
Por isso, “fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno.”

Portanto, quando vivemos o desgaste natural do nosso exterior e quando enfrentarmos nossos sofrimentos leves e momentâneos, podemos experimentar o nosso interior sendo renovado dia a dia e a glória eterna sendo produzida em nós. Aprendemos isso apenas quando fixamos nossos olhos naquilo que não se vê, pois é eterno.

Há tantas coisas que trazem desgaste e sofrimento. Tenho uma lista enorme, penso muito sobre isso. Mas, não se trata de não se desgastar e de parar de sofrer, faz parte do pacote que é a vida. O Caminho nos ensina o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, porque Ele fortalece nosso interior, com renovação diária. O problema é que queremos conforto e comodidade para o ser exterior ao custo da glória e das coisas que não se veem (eternas). Enquanto nossos olhos estiverem naquilo que se vê, no que é passageiro, estaremos mais preocupados em satisfazer o ser exterior, achando que vencer o desânimo é atender amenizar seu desgaste e sofrimento. Porque, na verdade não controlamos nada além do nosso olhar, da forma com lidamos com a vida, da maneira como escolhemos agir. Então, podemos simplesmente nos iludir com palavras ânimo para nosso ego ou caminhar na direção de uma vida plena, a partir de uma estrutura espiritual forjada pelo renovo diário e pelo peso de glória eterna sendo construído dentro de nós.