EBD.PLUS.T4.Ep.2 Amem-se uns aos outros
• João e o amor estão quase que indissociáveis no texto NT. O apóstolo do amor nos coloca diante do grande desafio de vivê-lo na relação com o próximo.
• O amor na mutualidade está na forma como interagimos, por isso precisamos ter em mente e coração o “sentimento e intenção consciente” de agir em amor. Isso significa na prática ter e agir com graça (em misericórdia, perdão e com disposição para reconciliar)
• João 13:35 – O amor como necessidade vital se demonstra na substância fundamental, na evidência aparente e no conhecimento sobre Deus. Ou seja, somos de Deus, as pessoas veem Deus em nós e o conhecemos quando vivemos AMOR. Poderíamos pensar as implicações e o custo disso na prática da vida cotidiana? (pensa aí)
• II Co.2:15 – O amor como um desafio constante está no compromisso que assumimos em exalar o bom perfume de Cristo, tanto entre os que estão sendo salvos como entre os que estão se perdendo. Mas para isso acontecer algumas coisas tem que mudar dentro de nós. O que precisa mudar aí dentro? (Pensa aí)
• Rm.12:5 – O amor como bênção inestimável quebra quase todos os nossos paradigmas do que é benefício. Imagina encontrar plenitude na dor de negar a si mesmo em função de qualquer “alguém” ou situação que não mereça nossa consideração? Nós só conseguimos pensar nisso e buscar viver, porque Deus assim fez na Cruz. O problema é que a todo momento desaprendemos que a dor de negar a si mesmo em função de outro não exige qualquer condição ou merecimento do outro. Este é o elo perfeito que nos faz SER UM EM CRISTO, mesmo sendo diferentes.
• Vamos ao plus:
Hannah Arendt, no início de sua carreira, foi levada por seus orientadores (Heidegger e Jaspers) a estudar filósofos cristãos para pensar o SER e sua relação com o MUNDO. Assim nasceu a obra O Conceito de Amor em Santo Agostinho. Nessa dissertação (foi seu TCC) Arendt vê o amor como desejo, chamado appetitus; o amor na relação entre o homem e o Deus criador; e o amor ao próximo, ou a vida em sociedade.
Com seu apetite o amor está ligado às suas entranhas (vontade, paixão, “desejo”, satisfação), sempre almejando algo que não se tem, mas se quer. Sem Deus (Criador), o humano se enche de coisas a serem desejadas.
Com Deus: “O homem ama a si mesmo ao se relacionar com Deus como seu Criador” (Arendt). Numa relação intima, devocional e espiritual que de certa forma lhe tira do mundo. Aqui o humano se esvazia de si e descobre ELE lá dentro, pois é Sua Criação (introspecção e subjetividade);
Com o próximo: o humano se abre para o mundo, no sentido de amá-lo, não mais desejoso de satisfação do apetite, mas consciente de ter em si a mesma natureza do AMOR DE DEUS pelo mundo que o fez entregar seu filho unigênito (João 3:16). Aqui estaria a RAIZ do conceito de Arendt de amor pelo mundo (Claro que depois ela reconfigura essa ideia a partir de outros diálogos).
• O que fica disso tudo são muitas questões que precisamos enfrentar. Precisamos aprender a olhar nossos apetites (desejos); votar-nos para o Criador de forma íntima (nos colocando como sujeitos da ação no mundo – subjetiva); mas se isso não nos colocar NO MUNDO que considera o OUTRO, as diferenças e a unidade diversificada dificilmente conheceremos o amor de Deus e nunca amaremos uns aos outros.